Membranas expelidas pela moradora de Lins passaram por testes químicos.
Patologista que vive no Canadá e oftalmologista estudam o caso.

Miguel Burnier é professor titular e Chefe do Departamento de
Oftalmologia e Patologia da "McGill University Health Center & Henry
C. Witelson Ocular Pathology Laboratory" , no Canadá, e Professor de
Oftalmologia da Unifesp de São Paulo. "Em uma de suas vindas para o
Brasil, eu apresentei o caso, que é único no mundo. Ele ficou
impressionado com o que viu", afirma Raul.
Os pesquisadores fizeram testes químicos com as membranas expelidas
pela paciente e descobriram que o material de dissolve na água. Agora
eles estão fazendo pesquisas com as membranas congeladas e também com
lágrimas. Os resultados devem ser publicados em um estudo, para servir
de referência em casos semelhantes.
Há pouco mais de um ano, o G1 mostrou a história da professora,
que sofria com as dores e a vermelhidão nos olhos, e profissionais da
área de oftalmologia de Bauru se interessaram em estudar o caso.
Após vários exames e consultas no Hospital dos Olhos, os médicos
descobriram que uma bactéria agia no canal lacrimal, causando uma
infecção bastante rara. A paciente passou a ser tratada com o uso de um
lubrificante e colírio a base de nitrato, que inibiram o problema.
Segundo Raul, que acompanha a paciente, Laura já voltou à rotina
normal, retornou para o trabalho e está bem de saúde. O único cuidado
que ela precisa ter é continuar lubrificando os olhos para que não tenha
conjuntivite.
“Tenho acompanhado o caso por telefone, a última vez que a vi faz três
meses, mas ela está bem, só não pode deixar de lubrificar os olhos. Ela
não expeliu mais a membrana, teve apenas um começo de formação, que foi
evitado com o uso do colírio específico. Quando começa já matamos o
vírus na raiz", explica. O G1 entrou em contado com a professora, mas ela não quis falar sobre a recuperação.

Oftalmologista de Bauru e patologista, que vive no Canadá, estudam o caso (Foto: Reprodução/TV Tem)
Em julho do ano passado, o G1 mostrou a história da professora, de 33 anos e que, desde os 15, sofria com o problema primeiramente no olho direito, que ficava bastante vermelho e expelia uma membrana branca e dura, como uma pedra. Em 19 anos, ela passou por mais de 30 médicos, a maioria com o mesmo diagnóstico de conjuntivite lenhosa, uma doença rara e sem tratamento comprovado no país.
Ainda em julho de 2013, Laura começou a ser tratada no Hospital dos Olhos de Bauru e os profissionais identificaram que uma bactéria agia no canal lacrimal causando a infecção bastante rara. Após vários exames, que incluíram até a coleta de hora em hora das membranas, a paciente passou a ser tratada com um colírio especial que inibiu a formação das membranas.

Membrana passou por testes químicos (Foto:
Reprodução/TV Tem)
Reprodução/TV Tem)
Antes do tratamento, Laura chegou a expelir mais de 30 membranas dos olhos em um único dia e o problema vinha piorando com o passar do tempo. Por conta da doença, a professora precisou parar trabalhar e relatou em entrevista ao TEM Notícias que sofria bastante preconceito.
“Sou professora e trabalho com crianças, mas não dá para exercer minha profissão porque o olho fica inchado e quando me agacho, a membrana começa a sair. Tenho vergonha de sair de casa porque a membrana não tem hora para sair e nem para terminar”, alegou Laura.
Fonte: G1