Conselho de comunidade indígena votou pela
expulsão de membros do grupo ultraortodoxo Lev Tahor por disputas
culturais e religiosas
Membros da comunidade judaica Lev
Tahor são vistos em uma rua da vila de San Juan La Laguna, na Guatemala,
em 24 de agosto de 2014
- JORGE DAN LOPEZ / REUTERS
CIDADE
DA GUATEMALA — Membros do grupo de judeus ultraortodoxos Lev Tahor foram
forçados a deixar uma aldeia no Oeste da Guatemala após disputas com
moradores indígenas sobre diferenças culturais e religiosas.
Misael Santos, do Lev Tahor, disse que o grupo começou sua saída de
San Juan La Laguna na sexta-feira após o Conselho de Anciãos da
comunidade indígena votar por sua expulsão. Os judeus foram acusados de
impor seus costumes e religião, além de maltratar moradores indígenas e
turistas.
Santos diz que havia 230 membros da comunidade judaica vivendo na
aldeia e que alguns estavam na cidade há seis anos, onde buscavam
liberdade religiosa, e outros chegaram neste ano do Canadá após briga
com as autoridades. O conselho votou que daria ao grupo 24 horas para
sair.
— Nós agimos em defesa própria para respeitar os nossos direitos como
povos indígenas. A Constituição (da Guatemala) nos protege porque
precisamos conservar e preservar a nossa cultura — disse o porta-voz do
conselho Miguel Vasquez.
Ao longo dos últimos dias, os judeus foram vistos embalando seus
pertences em caminhões preparando-se para a partir da aldeia, a cerca de
150 km a oeste da capital Cidade da Guatemala.
— Somos um povo de paz e para evitar um incidente já começamos a sair
— disse Santos à agência de notícias AFP. — Nós temos o direito de
estar lá, mas eles nos ameaçaram de linchamento se não saíssemos.
Membros do Lev tahor também reclamaram que receberam ameaças de corte de água e eletricidade caso permanecessem na aldeia.
Fonte: Jornal O Globo