São Paulo - O número de mortos e infectados pelo vírus Ebola passa
oficialmente de 3 mil e o medo da doença já prejudica até a oferta de
alimentos. Cerca de 1 milhão de pessoas em áreas isoladas podem precisar
de assistência alimentar nos próximos meses.
Conforme dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS), o atual surto já matou 1.145 pessoas
e infectou 2.127 até o dia 13. Houve o registro de 76 mortes em dois
dias, com avanço sobretudo na Libéria, que já trata a epidemia como
"situação pior que de guerra". O Programa Mundial de Alimentos (PMA),
das Nações Unidas, preparou uma operação regional de emergência para
alimentar os necessitados. Ela deve estender-se por três meses. "É uma
crise de saúde, mas tem impacto sobre a segurança dos alimentos",
afirmou a porta-voz do PMA, Fabienne Pompey.
Essa crise já é
evidente na capital de Guiné, Conacri, onde não chegam frutas nem
legumes vindos do campo. Em Serra Leoa e na Libéria, vários mercados
fecharam as portas. O preço do arroz e de outros alimentos básicos sobe
em áreas sob quarentena. Caçadores de animais silvestres que podem
transportar o vírus perderam o meio de sustento e agricultores em
algumas áreas foram separados de suas colheitas.
Embora não haja
restrições à movimentação de comida, a oferta é restringida pelo receio
de infecção. Guiné, Libéria e Serra Leoa, que impuseram algumas
restrições a viagens internas, estão sendo cada vez mais isoladas. As
companhias aéreas regionais suspenderam voos para os três países. Como
medida paliativa, a ONU iniciará voos de ajuda humanitária hoje. A ideia
é garantir que não haja interrupções nas próximas semanas. Também foram
enviados trabalhadores para áreas remotas por helicóptero. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Uol Notícias