Washington, 7 set (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
deu um passo à frente neste domingo e anunciou que na próxima
quarta-feira vai divulgar para a nação os detalhes do plano de ação para
"derrotar" o Estado Islâmico (EI).
Obama afirmou que é o momento
de os EUA assumirem a "ofensiva" contra o grupo jihadista, que controla
grandes áreas da Síria e do Iraque.
"O que eu quero é que as
pessoas entendam que, durante os próximos meses, não só vamos ser
capazes de parar o avanço do EI. Vamos destruir de forma sistemática
suas capacidades", acrescentou Obama em uma entrevista para o programa
"Meet the Press" da emissora "NBC".
"Vamos reduzir o território controlado pelo EI e, finalmente, vamos derrotá-los", acrescentou o chefe de Estado dos EUA.
Com
isso, Obama tenta retomar a iniciativa depois que há poucos dias
declarou em entrevista coletiva que os EUA não tinham ainda uma
estratégia para combater o EI, o que gerou várias críticas dos
republicanos que o acusaram de não assumir um papel claro de liderança
contra os avanços dos jihadistas na região.
No entanto, o
presidente rejeitou que o novo plano pudesse incluir o "envio de tropas
americanas. As únicas tropas no terreno serão iraquianas".
Não
será o "equivalente" do Iraque, assegurou, em referência à operação
militar lançada por seu antecessor, George W. Bush, e que Obama
finalizou com a saída das últimas tropas em 2011.
"Será similar
às campanhas de combate ao terrorismo em que estivemos envolvidos por
repetidas ocasiões nos últimos seis, sete anos. Acredito que uma ampla
aliança regional e internacional será capaz de lidar com o problema",
acrescentou.
Na semana passada, Obama participou da cúpula da
Otan no País de Gales e iniciou a organização de uma aliança
internacional para enfrentar a ameaça dos jihadistas do EI. Os EUA
conseguiram o apoio de nove países, entre elas França, Reino Unido e
Turquia.
Antes de seu discurso da próxima quarta, Obama receberá
na terça-feira na Casa Branca os líderes democratas e republicanos no
Congresso, que vai retomar suas sessões esta semana.
"Vou pedir ao Congresso que entenda e apoie nosso plano", antecipou Obama.
Estarão
presentes no encontro o líder da maioria democrata no Senado, Harry
Reid; o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John
Boehner; o líder da minoria democrata na Câmara, Nancy Pelosi, e o da
minoria republicana no Senado, Mitch McConnell.
"Se o presidente
está preparado para apresentar ao Congresso um plano estratégico para
proteger os EUA e nossos aliados das ações do EI, acredito que terá o
apoio significativo dos congressistas", disse McConnell em comunicado.
No
dia 8 de agosto, Obama decidiu autorizar ataques aéreos das forças
americanas no Iraque, mas o fez de maneira individual como comandante em
chefe das Forças Armadas.
Grande parte dos legisladores,
especialmente os republicanos, pressionaram a Casa Branca para que
expusesse ao Congresso um plano mais detalhado e aumentasse as operações
no Iraque.
Desde então, os EUA lançaram mais de 100 bombardeios
contra diferentes posições do EI no norte do país, todos eles
concentrados em torno de Mossul e Erbil, a capital do Curdistão.
Precisamente
neste fim de semana, o Pentágono anunciou que tinha aberto uma nova
frente nos bombardeios no Iraque, com novas operações nos arredores da
represa de Haditha, na província iraquiana de Al Anbar.
"A perda
de controle da represa ou qualquer falha catastrófica nela - e as
inundações que poderia causar - ameaçariam tanto o pessoal e as
propriedades dos EUA em Bagdá e seus arredores, como milhares de
cidadãos iraquianos", declarou John Kirby, o porta-voz do Pentágono, em
comunicado.
Fonte: Uol Notícias
