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| Soldado Rob O'Neill, apontado como atirador que matou Osama bin Laden - Reprodução/Twitter |
—
As pessoas temem que, com a entrevista, jihadistas do Estado Islâmico,
tentem nos atingir. Digo a elas que pintarei um alvo bem grande na porta
da minha casa e direi “que venham” — disse Tom.
O’Neill, de 38 anos, é um dos principais nomes do Seal Team Six, grupo
de elite das Forças Armadas americanas, e foi parabenizado por ter
matado Bin Laden durante o ataque à fortaleza do terrorista, em
Abbottabad, no Paquistão. Ele passou 16 anos entre os Seals, mas deixou a
força após a missão. Sua decisão de falar é atribuída à perda de benefícios a que teria direito caso completasse 20 anos de serviço.
A decisão de quebrar o voto de silêncio dos Seals pode levá-lo ao banco
dos réus. O chefe da unidade, Michael Magaraci, e o almirante Brian
Losey afirmaram que buscarão medidas legais para proteger informações
confidenciais que possam ser reveladas pelo ex-soldado.
—
O que ele poderia fazer depois de servir às Forças Armadas como serviu?
Trabalhar no supermercado? Minha ex-mulher não deu à luz um covarde —
disse Tom.
O
militar cresceu em Butte, uma cidade de mineiros em Montana, onde
caçava animais com o pai. Embora afirme que tenha entrado nas Forças
Armadas para esquecer uma antiga namorada, seu pai dá uma outra versão
para seu alistamento aos 19 anos.
—
Íamos caçar, e um amigo perguntou se poderíamos levar um membro dos
Navy Seals conosco — conta Tom. — Esperávamos alguém enorme e musculoso,
mas quando Rob viu que era um sujeito normal, disse: “Se ele pode ser
um Seal, eu também posso”.
O’Neill
foi enviado a quatro zonas de guerra diferentes no Iraque e no
Afeganistão, e participou de mais de 400 operações de combate. Ele
também participou do resgate da tripulação do Maersk Alabama, navio
sequestrado por piratas somalis em 2009., e ajudou a salvar o soldado
Marcus Luttrell, único sobrevivente de uma fracassada operação para
capturar o líder do Talibã no Afeganistão.
— Ele e Marcus ainda são amigos, e jantaram juntos outro dia — conta, com orgulho, o pai.
A
decisão de quebrar o voto de silêncio pode levá-lo ao banco dos réus. O
chefe dos Seals, Michael Magaraci, e o almirante Brian Losey afirmaram
que buscarão medidas legais para proteger informações confidenciais que
possam ser reveladas pelo soldado.
—
Eu apoio todas as decisões de Rob — conta Tom. — O que ele poderia
fazer depois de servir as Forças Armadas como serviu? Trabalhar no
supermercado? Minha ex-mulher não deu à luz a um covarde. Não seremos
dominados pelo medo.
Para
Tom O’Neill, um grande motivo de orgulho é o fato de seu filho —
condecorado 52 vezes com os mais diferentes tipos de medalhas — nunca
ter recebido a medalha conhecida como Coração Púrpura, concedida àqueles
que sofreram ferimentos ou morreram em missões de combate.
— Em nenhuma das missões que participou ele deixou que companheiros passassem por riscos — diz o pai do soldado.
Fonte: oglobo.globo.com
