Mirian voltaria para o Rio de Janeiro nesta segunda-feira (29).
A jovem foi confrontada com testemunhas em Jericoacoara e não sustentou a primeira versão dada no depoimento
FOTO: José Leomar
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A turista carioca Mirian França de Melo mentiu e tentou induzir a investigação da Polícia Civil para um determinado suspeito durante o primeiro depoimento acerca da morte da italiana Gaia Barbara Molinari, 29, na Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur). A Polícia cumpriu o mandado de prisão temporária da carioca, que passou de testemunha à suspeita, quatro dias após o corpo da italiana ser encontrado na Praia de Jericoacoara. A informação foi divulgada pela delegada Patrícia Bezerra, durante coletiva realizada no prédio da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A Polícia, agora, investiga um segundo suspeito e acredita que pelo menos duas pessoas têm envolvimento com o o caso, contando com a carioca. Foi montada uma força-tarefa representada pela titular da Deprotur, Patrícia Bezerra, da Polícia Militar, representada pelo coronel PM Júlio Aquino, comandante do Comando de Policiamento do Interior (CPI) Norte. As investigações são acompanhadas pelo representante da Polícia italiana no Brasil, Roberto Donat, que é o oficial de ligação da Polícia da Itália, do cônsul da Itália no Brasil, Roberto Misici e do representante do setor judiciário e tutela social.
Mirian foi ouvida pela primeira vez na sexta-feira (26). Ela foi
localizada por homens da Polícia Militar em Canoa Quebrada e levada até a
sede da Deprotur, ainda como testemunha. Durante o depoimento, ela
relatou uma série de fatos cujo a delegada preferiu não detalhar para
não atrapalhar a investigação.
No dia seguinte, a equipe da Delegacia de Proteção ao Turista passou a
investigar o caso na Praia de Jericoacoara e descobriu que parte do
depoimento de Mirian não era verdadeiro. A delegada Patrícia Bezerra foi
até o local pessoalmente, acompanhada de Mirian. "Pelas evidências, ela
passou de testemunha a suspeita. Entendi que há necessidade de
representação para a prisão temporária dela.
Inicialmente, ela não é
daqui, ela é de fora e estava com passagem comprada para o Rio de
Janeiro na manhã de hoje (29)", comentou Patrícia Bezerra.
" É importantíssimo que ela não saísse de Fortaleza. Trabalhamos o dia
inteiro ontem e colhemos vários depoimentos que apontavam para
incontáveis contradições que a Mirian estava deixando na investigação. O
que autorizava a prisão temporária. Durante a madrugada, o juiz
plantonista de Sobral expediu esse mandado e na manhã de hoje ele foi
cumprido. Ela foi recolhida à Delegacia de Capturas e está a disposição
da Polícia," explica.
Mirian não sustetou os relatos fornecidos no depoimento quando foi
confrontada em Jericoacoara. "Essas pessoas contaram histórias
diferentes do que a Mirian nos contou. Ela foi comigo para Jericoacoara
na qualidade de testemunha. Mas lá, ela não conseguiu sustentar o que
havia dito inicialmente nem explicou o porquê das mentiras e nessas
condições passou a ser suspeita" , finalizou a delegada.
O corpo de Gaia Molinari não será mais cremado na capital cearense,
como foi repassado anteriormente pelo cônsul da Itália em Fortaleza,
Roberto Misici. O pedido foi da família, que teria solicitado ao
consulado que o corpo fosse embalsamado.
"Estamos representando o consulado da Itália em Fortaleza, que está sob
a jurisdição em Recife, onde temos o consulado geral que está ligado
diretamente à embaixada. Desde o acontecimento o nosso consulado sempre
esteve atento seguindo todas as evoluções dos acontecimentos. Se citou
que o consulado havia sido contactado e não houve retorno, temos um
contato de emergência que atende esses casos. Nós estamos acompanhando
tudo com a família para dar o melhor para que os familiares dessa vítima
consigam todos os detalhes, os mais corretos possíveis" relatou o
cônsul.
O corpo está na sede da Perícia Forense, no município de Sobral, mas
será encaminhado à Fortaleza e será embalsamado em uma empresa funerária
que foi indicada pelo consulado com a licença da família. Depois ficará
no aguardo para a liberação.
Fonte: Diário do Nordeste