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Crise hídrica faz escolas do Rio reavaliarem uso de água em alegorias

Carnavalesco se reúne nesta segunda-feira com diretoria da Viradouro.
União da Ilha modificou projeto de alegoria e tripé e vai usar efeito especial.
União da Ilha usa efeito especial em carro que ia usar cerca de 4 mil litros de água (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)
A crise hídrica que ameaça o Rio de Janeiro com o racionamento de água — caso não chova nos próximos meses e os níveis dos reservatórios continuem baixando — está fazendo com que as escolas de samba do Grupo Especial do Rio reavaliem os projetos que previam o uso de água em suas alegorias.


A Unidos do Viradouro, por exemplo, que usaria 40 mil litros de água em seu primeiro carro, decidiu reduzir para 10 mil litros em reunião realizada nesta segunda-feira (26). A decisão foi tomada entre o carnavalesco João Vítor Araújo, o presidente Gusttavo Clarão e diretores da escola.

Já a União da Ilha do Governador, segundo o presidente Ney Filardi, se antecipou à crise. Ele contou que quando o carnavalesco Alex de Souza projetou o último carro da escola, pensou-se na utilização de 3.500 a 4.000 litros de água para representar a fonte da juventude. Mas diante das dificuldades de abastecimento que vinham assolando a região Sudeste, o projeto foi modificado em maio.

“Diante das dificuldades, decidimos dizer não ao desperdício. Não vamos mais utilizar água neste carro e nem no tripé da banheira de Cleópatra. Na última alegoria, optamos pela utilização de efeitos de luz e outros efeitos. Já Cleópatra vai continuar tomando o seu banho de 'leite de cabra', mas sem usar água. O que ela vai usar vai ser uma surpresinha que a escola vai deixar para revelar na avenida”, disse o presidente.
Carro sobre passagem do tempo e fonte da juventude da União da Ilha teve projeto mudado em maio (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1) 
Carro sobre passagem do tempo e fonte da
juventude da União da Ilha teve projeto mudado em
maio (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)
Filardi destacou ainda que a União da Ilha geralmente não usa efeitos com água em seus desfiles.
“Não critico quem faz. Mas quem desfila com água acaba deixando a pista molhada, o que pode prejudicar a escola coirmã que se apresenta em seguida. Como somos a quarta escola a entrar na Sapucaí [na segunda-feira], decidimos fazer um desfile seco, sem desperdício e com consciência”, frisou o presidente.

Estação Primeira de Mangueira, Imperatriz Leopoldinense, Unidos de Vila Isabel, Unidos da Tijuca  e Beija-Flor de Nilópolis informaram que não vão usar água em suas alegorias. A Mocidade Independente de Padre Miguel, que já fez um enredo sobre ela, também não vai usá-la em seu desfile.
A presidente da Acadêmicos do Salgueiro, Regina Celi, diz que a escola pretende inundar a Sapucaí com uma “cascata de amor e ondas de tempero”. Mas água, nem pensar.



Fonte: G1