Briga de gangues
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Veículo foi atacado na noite de domingo, supostamente, em represália à morte de uma pessoa ligada a grupo criminoso com atuação naquela região da Capital |
Dois homens foram presos e um adolescente apreendido, na tarde de
ontem, no bairro Bom Jardim, suspeitos de atearem fogo a um ônibus que
fazia a linha 337 (Jardim Jatobá/Siqueira I). A ação ocorreu por volta
das 19h do último domingo.
José Lucas Lima Clemente, 19 e Wagner Nascimento de Assis, 20, foram
presos, e um adolescente de 16 anos foi apreendido após denúncias
anônimas indicando o esconderijo do trio.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários
do Estado do Ceará (Sintro-CE), o ataque teria acontecido em represália à
morte de um integrante do grupo. "O que chegou até a gente é que
mataram um deles e com a revolta queimaram o ônibus", explicou o
presidente da entidade, Domingo Neto.
Uma fonte ligada à Polícia Militar informou que dois homens entraram no
transporte e fizeram motorista, cobrador e passageiros descerem antes
de causarem o incêndio. Nenhum pertence foi levado e ninguém se feriu.
Depois do incêndio, todos os veículos que fazem a linha foram
recolhidos para evitar novos ataques. Por volta das 4h da manhã de
ontem, membros do sindicato da categoria foram até a garagem da empresa
Cearense e impediram a saída dos primeiros veículos do dia. Os ônibus só
foram liberados às 6h.
Mais do que lamentar a perda total do veículo, comprado em 2013, a
empresa teme novas ações criminosas. "Temos informações não confirmadas
dizendo que não vai parar por aí", afirmou o diretor operacional da
Cearense, Juarez Burgos.
O gestor disse ainda não entender a motivação de alguém destruir um
ônibus em resposta a algo sem relação com o transporte público. "É
preciso fazer esse questionamento. O que uma empresa de ônibus tem a ver
com esse ato, que atrapalha a comunidade?", questionou.
Procurado, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do
Estado do Ceará (Sindiônibus) não se manifestou oficialmente até o
fechamento desta edição.
Abordagens
Os ataques realizados ano passado deixaram um saldo de sete ônibus
queimados em Fortaleza e Caucaia. As ações levaram a SSPDS a lançar a
operação Coletivo Seguro, reforçando o trabalho da Polícia junto aos
transportes coletivos. Na semana passada, o projeto foi retomado com
abordagens diretas feitas em blitzes e nos terminais.
Fonte: Diário do Nordeste