Um dia após o acidente, o piloto Osmar Frattini relembra o pouso forçado.
Ajuda do copiloto foi fundamental para a aterrissagem sem riscos, disse.
"Houve choros e gritos, mas nós não podemos perder o foco”, disse por telefone ao G1
o piloto Osmar Frattini, de 52 anos, nesta segunda-feira (25). Um dia
após o acidente, ele relembra o pouso forçado da aeronave onde estavam o
casal de apresentadores Angélica e Luciano Huck, os três filhos deles,
duas babás e o copiloto. "Todos foram socorridos e passam bem",
comentou.
HUCK E ANGÉLICA
Avião com família fez pouso forçado
Faltando apenas 10 dos 25 minutos calculados para completar o trajeto
de Miranda (MS) a Campo Grande, ele conta que um alarme de emergência
apontou uma falha no filtro de combustível. Foi então que ele e o
copiloto se organizaram para evitar ao máximo qualquer risco de explosão
e capotagem em uma "região ondulada", conforme Frattini.
“Houve uma pane no motor esquerdo, e imediatamente acionei a bomba
auxiliar. O motor continuou sem potência e então acionei o motor
direito, ainda sem resposta. Foi o momento em que o copiloto absorveu
tudo o que estava acontecendo com muita tranquilidade, e isso amenizou
muito a situação”, afirmou o piloto.
Assim que encontraram um local, eles iniciaram as coordenadas. "Nós já
tínhamos 4,3 mil pés a partir da pane e, quando já estávamos a 450
metros de altura, sabíamos da possibilidade da aeronave ir ao chão, por
conta da pane, peso e tudo mais", comentou.
Na ocasião, ele diz que os tripulantes foram informados de que deveriam tirar os óculos e colocar o cinto de segurança.
"Quando perdeu a potência do motor esquerdo, o Luciano Huck, que
entende de aviação, já chegou e falou para mim: 'Comandante, nós estamos
monomotor?" e eu falei 'sim, Luciano, estou com uma pane de motor, é no
combustível, uma parte do combustível", relembrou.
E ele perguntou: 'E as alternativas, quais são as possibilidades?'. E
eu falei: 'Olha, Luciano, as possibilidades que eu tinha já ficaram para
trás, eu vou tentar mais pra frente", disse.
Quando o pouso teve início, Frattini ressaltou que teve preocupação com
possíveis objetos cortantes. "É uma família inteira que estava a bordo.
Além disso, são pessoas famosas, que dão alegria para as pessoas.
Parece até que já fazem parte da gente", disse o piloto.
Baixa altura
A 200 metros do chão, quando localizou a fazenda, houve a descida. "Enfrentamos outros problemas, porque encontrei um lote de gado a 5 metros do chão e ainda uma curva de nível, por isso houve um momento em que a aeronave fez uma curva de 90°". disse.
Após o pouso, o piloto comentou que todos saíram andando. "Angélica, Luciano e as crianças saíram andando. Uma das babás teve um corte na boca, e o copiloto ao sair reclamou da falta de ar. Foi inclusive o momento em que fiquei preocupado dele ter perfurado o pulmão, mas graças a Deus não foi nada grave", comentou.
A 200 metros do chão, quando localizou a fazenda, houve a descida. "Enfrentamos outros problemas, porque encontrei um lote de gado a 5 metros do chão e ainda uma curva de nível, por isso houve um momento em que a aeronave fez uma curva de 90°". disse.
Após o pouso, o piloto comentou que todos saíram andando. "Angélica, Luciano e as crianças saíram andando. Uma das babás teve um corte na boca, e o copiloto ao sair reclamou da falta de ar. Foi inclusive o momento em que fiquei preocupado dele ter perfurado o pulmão, mas graças a Deus não foi nada grave", comentou.
O socorro então foi acionado e, conforme Frattini, chegou 30 minutos
após o chamado. As vítimas foram levadas para a Santa Casa de Campo
Grande, com exceção do copiloto, que recebeu os primeiros atendimentos
na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Universitário.
"Todos os tripulantes já haviam sido transportados por veículos
particulares. E o Corpo de Bombeiros e o resgate aéreo chegaram meia
hora depois. Mas ninguém em estado grave, todos bem, graças a Deus",
ressaltou.
Novos voos
Com relação ao futuro, o piloto diz que ainda não sabe a postura da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre o ocorrido.
Com relação ao futuro, o piloto diz que ainda não sabe a postura da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre o ocorrido.
"Meus documentos de piloto foram recolhidos, e é algo de praxe, bem
como passar por uma série de exames para continuar com a carteira de
piloto. Mas espero passar pelo médico logo e já estar apto a voar, pois é
desanimador essa lei que nos sacrifica tanto. Eu sou o único que
trabalho na minha casa, pago aluguel, este é o meu ganha pão", falou.
Trauma
Com 31 anos de experiência e ciente da atitude correta, o piloto falou que a sua felicidade é saber que todos saíram bem.
"Nunca havia sofrido um acidente. Mas após 24 horas estou muito
tranquilo, embora tenha dormido muito pouco. Minha felicidade é ver o
Luciano, esposa, filhos e todos os outros bem. As crianças têm todo um
futuro pela frente e com o tempo esse susto vai se acabar", finalizou.
Como foi o acidente
O casal, os filhos e as babás estavam no avião que fez pouso forçado em uma fazenda a cerca de 30 km de Campo Grande na manhã deste domingo (24). O piloto afirmou que a aeronave sofreu uma falha na bomba de combustível.
O casal, os filhos e as babás estavam no avião que fez pouso forçado em uma fazenda a cerca de 30 km de Campo Grande na manhã deste domingo (24). O piloto afirmou que a aeronave sofreu uma falha na bomba de combustível.
Angélica e a família voltavam de gravações do programa Estrelas no Pantanal de Mato Grosso do Sul, no qual ela seguiu viagem no dia 19 de maio.
A Santa Casa de Campo Grande informou em nota, divulgada por volta das 15h do domingo, que não foi "diagnosticado nada grave" em nenhum dos pacientes atendidos após o incidente.
Na noite de domingo, a família foi transferida para o Hospital Albert
Einstein, no bairro do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. Na mesma
noite, as crianças e a babá tiveram alta. O casal ainda está se
recuperando na unidade de saúde.
Avião
com Angélica e Luciano Huck faz pouso forçado em MS; piloto diz que foi
pane de combustível (Foto: Alysson Maruyama/TV Morena)
Fonte: G1