Segundo docente, pancadaria foi motivada por brincadeiras dos estudantes.
Professor prestou queixa na quarta-feira; secretaria vai apurar o caso.
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| Professor e alunos se agridem com cadeiras, em escola de Jequié (Foto: Reprodução/Youtube) |
A Secretaria de Educação do município de Jequié, localizada na região
sudoeste da Bahia, abrirá um processo administrativo para apurar as
causas da briga entre um professor de História e alunos da Educação de
Jovens e Adultos (EJA) de uma escola municipal da cidade. Na confusão,
professor e alunos "trocam cadeiradas".
Um vídeo, gravado por estudantes, e disponível na internet, mostra o
momento da troca de agressões, que ocorreu na última semana, dentro da
instituição de ensino, localizada no Loteamento Brasil Novo, no bairro
Jequiezinho.
O professor envolvido na discussão, Lelito Caictano Lopes, prestou
queixa na quarta-feira (13), segundo informou a delegacia da cidade.
No vídeo que flagrou a pancadaria, o professor aparece dado uma
cadeirada em um dos alunos. Em seguida, o docente também é agredido com
uma cadeira por outro estudante. Logo depois, a gravação mostra uma
correria pela escola.
Segundo a delegacia de Jequié, o professor alegou que teria sido alvo
de piadas e afirmou que os alunos colocaram apelidos nele e que estavam
atrapalhando o andamento das aulas, o que teria motivado a briga.
"Ele disse que foi reclamar com os alunos, porque não estava gostando
das brincadeiras, mas teria sido agredido primeiro com soco e que,
depois, revidou", afirmou o delegado José Costa. O docente dará novo
depoimento na próxima semana.
Dias após o ocorrido, o professor divulgou uma nota para a direção da
escola, em que explica como a briga aconteceu. Segundo ele, os alunos
compareciam na porta ou nas janelas da sala onde ele estava dando aula
para "atrapalhar" e ainda o chamavam por apelido.
"O aluno com quem tive um desentendimento na quinta-feira da semana
passada sabia que eu nao gostava dos apelidos", disse. O professor
também afirma na nota que conversou com o estudante e explicou que não
gostava das brincadeiras, classificadas pelo docente de
"desrespeitosas", mas segundo ele, o aluno insistiu em continuar com as
piadas.
"Mesmo depois de termos conversado, ele continuou fazendo as
brincadeiras de forma mais intensa e trazendo mais um colega para
efetuar apelidos e outras coisas mais. No dia 6, ele ficou rindo da
minha pessoa e incitou outros a também fazer o mesmo", destacou o
professor, afirmando que o episódio foi o estopim para a briga.
"Recebi murros dele e de outro colega que juntos vêm me desrespeitando.
A partir dai rolou a pancadaria das duas partes. Pegaram uma cadeira
para me espancar e eu peguei outra cadeira para me proteger, em seguida
arremessei uma cadeira no aluno que estava me colocando apelidos",
afirmou.
O professor também disse que o aluno tentou agredí-lo com um
paralelepípedo. "Ao perceber sua ação, procurei me proteger dentro da
sala de professores e mantive a porta fechada". Segundo o docente, um
funcionário retirou a pedra da mão do aluno e ele continuou na sala até a
chegada da Polícia Militar e da Guarda Municipal
A presidente da sindicato dos professores do município, Carolina
Morais, afirmou que após a briga o professor foi afastado por 30 dias,
por indicação médica. Segundo ela, o docente sofreu escoriações no braço
por conta da cadeirada dada por um dos alunos. "Ele fez exame de
segurança do trabalho, e o médico decidiu que ele deveria se afastar,
porque está muito abalado psicologicamente", disse.
Ainda segundo Carolina, o sindicato está prestando apoio ao professor.
Ela também criticou a seguranças nas escolas. "Estamos dando todo o
acompanhamento a ele. Isso que ocorreu na escola não pode acontecer. As
escolas estão vulneráveis. Não há nenhuma segurança, nem para os
professores e nem para os alunos. A gente agora está esperando que a
Secretaria de Educação tome as medidas cabíveis".
O secretário de Educação de Jequié, João Magno Chaves, informou que
requisitou à direção da escola o relatório de ocorrência para apurar o
caso e tomar as medidas cabíveis.
"O documento já foi enviado para a secretaria nesta quinta. Agora,
vamos abrir um processo administrativo, para apurar o que realmente
aconteceu. Depois veremos quais medidas administrativas serão tomadas",
destacou, em conversa com o G1.
Fonte: G1
