Lidiane Leite, 25, é suspeita de desviar milhões em verbas da educação.
Ela se entregou no começo da tarde desta segunda-feira (28).
Depois
de passar 39 dias foragida da Justiça, a prefeita afastada de Bom
Jardim (MA), Lidiane Leite da Silva, de 25 anos, se apresentou, nesta
segunda-feira (28), à sede da Superintendência da Polícia Federal (PF),
em São Luís (MA).
O sumiço da ex-gestora municipal começou quando teve sua prisão decretada na Operação Éden, que investiga desvios de verbas da educação.
Acompanhada
por três advogados, Lidiane chegou, por volta de 13h, na sede da PF e
entrou pelos fundos para não chamar atenção.
Ela vai ser ouvida e depois
será encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar exame de
corpo de delito. Após os procedimentos, ela deve ser encaminhada para o
quartel do Corpo de Bombeiros de São Luís, onde permanecerá à
disposição da Justiça.
O
nome de Lidiane não chegou a ser incluído na lista vermelha da Interpol
(a polícia internacional), como a PF já havia anunciado na terça-feira
(25).
O cerco para capturar Lidiane contou com o reforço da vigilância
nas rodoviárias e aeroportos do Maranhão. Antes, o superintendente
Alexandre Saraiva havia informado que quem ajudasse a prefeita a se
esconder seria incluído como participante de organização criminosa.
Prazo de 72 horas
Na
última sexta-feira (25), o juiz da 2ª Vara do Tribunal Regional Federal
(TRF) José Magno Linhares havia estipulado o prazo de 72 horas para que
a prefeita afastada de Bom Jardim se entregasse. O magistrado entendeu
que Lidiane Leite tinha interesse em se apresentar à Justiça para
“prestar os esclarecimentos necessários à elucidação dos fatos”.
A
decisão foi tomada após a apresentação de um pedido de revogação da
prisão preventiva de Lidiane Leite, que foi feito pelo advogado de
Antônio Gomes da Silva, ex-secretário de Agricultura do município.
Ex-secretários em liberdade
O
ex-secretário de Assuntos Políticos de Bom Jardim, Humberto Dantas dos
Santos, o "Beto Rocha", e Antônio Gomes da Silva, ex-secretário de
Agricultura, tiveram a prisão preventiva revogada pelo Tribunal Regional
Federal na última sexta-feira.
O
magistrado José Magno entendeu que ambos não tem como “dar continuidade
às práticas supostamente delituosas, ligadas ao desvio de verbas
públicas transferidas à municipalidade”, destacou o juiz em trecho da
decisão publicada.
Sem defesa
O advogado Carlos Sérgio de Carvalho informou ao G1, que se desligou do caso.
Segundo
ele, o escritório C. S. C. B. Advogados Associados foi contratado
exclusivamente para a impetração de habeas corpus perante o Superior
Tribunal de Justiça (STJ). O pedido foi negado pela ministra Maria
Thereza de Assis Moura.
No
dia 27 de agosto, Carlos Sérgio disse que Lidiane Leite estudava como
se entregar. Ele havia assumido a defesa da ex-gestora três dias antes.