Para
os integrantes que estão atrás das grades facção dá uma pensão mensal,
assistência jurídica, cesta básica e até ‘auxílio transporte’
Mais temida facção criminosa do Brasil, o PCC (Primeiro Comando da Capital) criou uma espécie de ‘Bolsa Cadeia’, tendo como objetivo auxiliar seus integrantes — chamados de ‘irmãos’, na gíria da quadrilha — que estão atrás das grades.
O criminoso e a família recebem uma ‘pensão’ mensal em
dinheiro, cesta básica, vale transporte (pagando os custos das viagens
de parentes no dia de visitas), além de ter à disposição assistência
jurídica, entre outros ‘benefícios’.
Nada,
porém, é de graça nesse submundo do crime, em que a violência é a
regra. O bandido, ao entrar nas fileiras do PCC, torna-se um ‘soldado’ a
serviço da facção. Ao ser batizado, o ‘irmão’ fica obrigado a cumprir
as ordens — os ‘salves’ — da cúpula da quadrilha.
“É
bom ressaltar que os denunciados, ao ingressarem no PCC, assumem o
compromisso de obedecer e executar ordens das mais variadas,
provenientes da cúpula, inclusive, as ordens dadas para a prática de
crimes graves, tais como homicídios de agentes públicos e de membros de
outras facções, torturas de integrantes da própria facção que não
cumprem as ordens dadas e regras estabelecidas”, diz denúncia do
Ministério Público sobre o PCC.
TAXAS/
Além de cumprir à risca as ordens da cúpula, os integrantes são
obrigados a contribuir mensalmente com o caixa do PCC, por meio de rifas
e de uma taxa conhecida como ‘cebola’, ‘caixote’ ou ‘caixinha’.
Assim,
para proporcionar a seus integrantes todas essas vantagens, bem como
para se manter, o PCC tem como fonte de renda, ao lado do ‘caixote’ e da
rifa – cobrados mensalmente dos integrantes, o tráfico de drogas”, diz
outro trecho da denúncia do Ministério Público.
BOLSA/
O auxílio aos presos é mantido pela ‘Sintonia Geral da Ajuda’, a célula
responsável pela ajuda financeira a presos e familiares. A facção, como
uma empresa, é dividida em departamentos, as ‘sintonias’.
Por
exemplo, Sintonia Geral do Comando (cúpula), Sintonia do Prazo
(cobrança de irmãos endividados), Sintonia Geral do Progresso (tráfico
de drogas), Sintonia 012 (Vale do Paraíba) e a Sintonia Geral dos
Estados (cuja meta é levar o PCC e a ‘ideologia’ para outras áreas do
país), entre outras.
“É uma máfia”, declarou o presidente da Aspesp (Associação dos Servidores Penitenciários do Estado), Jenis de Andrade.
Entenda
O que é?
PCC (Primeiro Comando da Capital) oferece auxílio para os seus integrantes que estão na prisão e sua família;
Que tipo de auxílio?
Valor
mensal em dinheiro, assistência jurídica, ajuda com o transporte (para a
família poder visitar o preso), além de cesta básica. Presos ou não,
‘irmãos’ que têm função de destaque ou cumpriram ‘salves’ importantes
recebem uma renda mensal;
Quem é responsável?
Como
uma empresa, o PCC é dividido em departamentos, as ‘sintonias’. Cabe à
Sintonia Geral da Ajuda prestar o auxílio financeiro aos presos e
familiares;
Qual a Contrapartida?
Ao
ingressar na facção, o criminoso fica à disposição da cúpula, devendo
obedecer as regras e cumprir as ‘missões’ (praticar ataques, homicídios,
torturas, etc). Mensalmente, ele deve ajudar o caixa da quadrilha,
pagando contribuições em dinheiro
Com informações de gazetadetaubate