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'Vivia para eles', diz mãe que tomou veneno após saber da morte do filho

Marido também ingeriu veneno e morreu; mulher ficou internada na UTI.
Criança foi picada por escorpião em Ibirá (SP) e não resistiu.
 
Marcos LavezoDo G1 Rio Preto e Araçatuba

Lucas e o filho João Lucas. Rio Preto  (Foto: Arquivo pessoal)Lucas, que tomou veneno e morreu após saber da morte do filho João Lucas (Foto: Arquivo pessoal)
Ainda abalada com a morte do filho, de 4 anos, e do marido, a enfermeira Natália Fernandes Balieiro, 29 anos, tenta se recuperar da tragédia que envolveu a família. Os pais, ao saber que o filho não resistiu após ser picado por um escorpião, resolveram tomar veneno. O marido morreu e ela foi parar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em São José do Rio Preto (SP).
“Fisicamente estou ótima, só o meu coração que dói demais pela perda dos dois. Amava os dois, eram minha vida. Vivia para os dois, parei de trabalhar por eles”, afirma a mulher, em entrevista ao G1.
Natália teve alta do Hospital de Base de Rio Preto no dia 16 de novembro, após 12 dias internada. Ela conta que saiu de Ibirá (SP), onde morava com o marido, de 40 anos, e o filho, e está vivendo atualmente no sítio que morava quando era criança, em Junqueira, distrito de Monte Aprazível (SP).
Mesmo com a alta médica, a mulher continua recebendo tratamento psicológico de uma equipe do Hospital de Base. Natália ficou uma semana internada na UTI em estado grave e quando saiu da Unidade de Terapia Intensiva, começou a ter um atendimento psicológico pelo fato de ter tentando se matar e da tragédia de perder marido e filho.
Após quase um mês da tragédia, Natália diz que está melhorando. “Não tenho nenhuma sequela, estou me alimentando bem e estou até ajudando a minha mãe nos afazeres de casa, como lavar louça, roupa”, diz.
Hospital de Base Rio Preto (Foto: Divulgação)Hospital de Base Rio Preto (Foto: Divulgação)
“Eles (equipe médica) estão achando que estou ótima e no último retorno até ficaram admirados pela minha evolução, mas estou rezando muito. Me apeguei ainda mais a Deus. Estou fazendo acompanhamento ainda, mas me disseram que estou super bem”, afirma.
Mas mesmo com a melhora, Natália afirma que ainda não está preparada para falar sobre a morte do filho e também sobre o que aconteceu no dia em que teria tomado veneno com o marido. “Esse assunto ainda no momento não queria falar, por enquanto ainda não. Não estou preparada para falar sobre isso ainda”, disse durante a entrevista.
Natália afirma que espera se recuperar o mais rápido possível e sonha em voltar a trabalhar, fato que deixou de lado depois que se casou há seis anos. “Quero ainda voltar a trabalhar, sou formada em enfermagem e gostaria de trabalhar na área. Ou então prestar odontologia, que é uma área que gosto”, afirma.
Segundo o delegado Luciano Birolli Sanches Teres, responsável pelo caso, ainda não se sabe que tipo de veneno tomaram. Um laudo da perícia, que pode apontar qual veneno eles tomaram, deve sair nas próximas semanas. A polícia deve ainda ouvir a mãe para tentar esclarecer realmente o que aconteceu. Em entrevista ao G1, Natália afirmou que realmente tomaram veneno, mas não soube afirmar qual.
Entenda o caso
O filho de Natália morreu depois de ser picado por um escorpião, na noite do dia 2 de novembro, em Ibirá. A criança acabou morrendo horas depois. Segundo a polícia, os pais, que moram em uma fazenda, ficaram desesperados ao saber da morte do filho e tomaram veneno.

De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital da Unimed, a criança foi levada até a unidade, em Rio Preto, pelo pai, no dia 2 de novembro. O menino foi atendido e transferido para o Hospital da Criança e Maternidade (HCM), devido à gravidade do caso.
A polícia apurou que os pais voltaram para Ibirá e, na manhã do dia 3 de novembro, ao saberem da morte do filho, tomaram veneno. O filho do dono da propriedade levou o casal até a Santa Casa de Ibirá, onde o pai do menino já chegou desmaiado, não resistiu e morreu. A mãe foi transferida para o HB, em Rio Preto.
 
Fonte: G1