Tem coisa que só acontece no Carnaval, há quem diga que é a oportunidade de muita gente se revelar, mas esta afirmação é maldosa, o certo é que as pessoas extravasam toda a alegria de viver que está contida no âmago, em função da correria do dia a dia, dos problemas, das responsabilidades do cotidiano.
Mas como em toda regra tem exceção, tem gente que bota a fantasia e tem gente que tira a fantasia, o disfarce da masculinidade e deixa a mulher dentro de si tomar conta do seu ser! Esta é apenas uma breve observação, não pensem que é um tipo de comentário machista, porque no Carnaval vale tudo, menos você não respeitar o direito do outro.
A cidade de Ipu tem muita gente criativa, é terra de artista, lugar de muita cultura. No Carnaval tem muita transpiração, mas uma grande dose de inspiração, seja com grandes promoções provenientes do poder público, ou sem nenhum incentivo, o verdadeiro folião de Ipu não deixa de brincar. O nosso entrudo ao longo dos últimos anos perdeu os blocos que tinham o estilo de Escola de Samba, os blocos de rua também estão desaparecendo, neste ano a turma que ficava dentro das cordas atrás do trio elétrico percebeu que um Carnaval com bandas de renome, grandes estruturas e um prévio planejamento, nesta administração está na fase "proibida", então resolveu tirar o time de campo e deixar por conta dos paredões!
O Carnaval paralelo, esse nunca vai deixar de existir, enquanto tivermos carnavalescos por natureza na terra de Iracema. Na sexta-feira dia (05/02) tem Barbudim, no sábado (06/02) no bairro do Corte tem o tradicional Torneio das "Periguetes", que tinha o nome Torneio das "Piranhas" e no domingo (07/02) no Alto dos 14, o França organiza o Torneio das "Putas", nestes torneios são homens vestidos de mulheres. E por falar em homem vestido de mulher, temos também o Bloco do Avesso: Homem vestido de mulher e mulher vestida de homem. No bairro do Escondido a galera também organiza o famoso Torneio da Maizena. É o Carnaval do Povão minha gente!!
Entrevistamos o organizador do Torneio das Periguetes, "Zé da Mundica". Ouça a entrevista na sonora abaixo:
