A Polícia Civil considera esclarecido o
assassinato da servidora recém-aposentada da Assembleia Legislativa do
Estado do Ceará (AL-CE), Liduína Maria Júnior Rios, 60, cujo corpo foi
encontrado na noite da última quarta-feira (27), em sua residência, no
bairro Coaçu, no Município metropolitano do Eusébio, amarrado,
amordaçado e com duas facas cravadas no peito e no pescoço. Uma diarista
confessou o crime e apontou as comparsas, outras duas mulheres. As três
estão presas do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Maria Pereira do Nascimento, que havia
sido contratada recentemente como diarista pela aposentada, confessou no
DHPP que começou a planejar o crime quando encontrou na casa da patroa
um extrato bancário em nome de Liduína no valor de R$ 60 mil. Isso a
despertou para planejar o roubo e tratou de convidar as comparsas:
Adriana Lúcia Blanc, 29 anos (companheira da diarista), Jéssica Caroline
e uma quarta mulher cujo nome não foi ainda revelado pelas autoridades
policiais.
O plano foi tramado para que a servidora
e o filho advogado fossem dopados. Na quarta-feira pela manhã, a
diarista tentou dopar os dois, colocando soníferos, antidepressivos e
outros remédios na comida, mas estes não fizeram o efeito que Maria
desejava. O filho de Liduína saiu para trabalhar e a aposentada ficou em
casa. A diarista chamou as comparsas.
Dinheiro e morte
A delegada Gerda Monteiro, do DHPP,
disse que a vítima não dormiu com os primeiros medicamentos na comida.
Mais tarde, a diarista teria tentando fazer Liduína tomar os remédios à
força. “Primeiro ela tentou colocar o comprimido num suco e a vítima não
quis tomar. Depois, então, na comida. E, por último, elas fizeram a
vítima ingerir o medicamento à força”, reforça Gerda.
“A Jéssica Caroline nos contou que,
depois que elas viram que não tinha os R$ 60 mil na conta, começaram a
ficar nervosas. Descobriram que havia era apenas R$ 1 mil. Então
decidiram matá-la”, completa o delegado Renato Almeida, também do DHPP.
Xampu
A diarista, a companheira dela e uma
terceira suspeita foram presas entre a noite da quinta-feira (28) e a
madrugada desta sexta-feira (29), na Comunidade da Babilônia, no Bairro
Barroso. A quarta suspeita foi presa no Conjunto Jereissati III, em
Maracanaú.
A Polícia afirmou que elas pretendiam
fugir para o estado do Rio Grande do Sul. Com elas, os inspetores do
DHPP encontraram malas pertencentes à vítima e, dentro delas, relógios,
pulseiras, roupas, anéis, laptop, dinheiro e até xampu. O crime foi
caracterizado como latrocínio.
Fonte: Fernando Ribeiro