O torcedor ficou ferido nas pernas, mãos e barriga; ele afirma que não havia confusão no momento do tiro
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Torcedor fica ferido com estilhaços de bala de borracha no Castelão Foto: Reprodução/ Instagram. |
Um torcedor que assistia ao jogo do Clássico-Rei no setor premium da Arena Castelão, no último domingo (10), denuncia ter levado um tiro de bala de borracha desferido por um guarda municipal após reclamar da fumaça de um spray de pimenta jogado por um dos agentes. O servidor público Silvio Costa prestou queixa contra o guarda e denunciou o caso à corregedoria da
Secretaria Municipal da Segurança Cidadã (Sesec). Em nota, a Guarda
Municipal informou que “as medidas necessárias estão sendo tomadas para o
esclarecimento da ocorrência".
Costa afirma que não havia confusão no momento em que foi alvo do
tiro. “De uma forma irresponsável ele faz um negócio desse, sem ter
necessidade nenhuma. Não tinha briga, confusão, não tinha nada. E ele
foi tão covarde, porque ele tava embaixo e eu tava na parte de cima, se
fosse uma coisa que a gente tivesse no mesmo nível e ele pudesse dizer
que eu ia partir pra cima...mas não", lamenta.
Segundo o servidor, ao perceber que um guarda havia jogado gás de
pimenta em outro torcedor e que a fumaça estava indo em direção a ele e
outras pessoas do setor, se levantou para reclamar da ação com o agente,
quando recebeu o tiro de outro guarda municipal.
“Foi logo após o gol do Fortaleza. Eu tava assistindo ao jogo, quando
eu vi um guarda municipal que estava embaixo, na entrada do campo,
jogando spray de pimenta num torcedor do Fortaleza. Veio na nossa
direção, a gente ficou com falta de ar, crianças tossindo, aí me
levantei pra dizer que ele não fizesse aquilo, que ali só tinha família.
O outro, quando viu, do nada me deu um tiro”, relata o torcedor.
De acordo com Costa, os ferimentos foram causados por fragmentos da
bala após um único disparo. "É uma munição que tem vários fragmentos que
são bolinhas de plástico. Ao disparo da arma, ela faz várias pequenas
esferas de plástico", diz.
A Guarda Municipal disse, em nota, que "não recebeu informações sobre crianças atingidas”.
A vítima recebeu os primeiros socorros do Corpo de Bombeiros no
local, registrou boletim de ocorrência na delegacia plantonista do
estádio, e depois foi ao Instituto Médico Legal (IML) fazer exame de
corpo de delito. O caso também foi registrado no 16º Distrito
Policial. O servidor afirma, ainda, que vai entrar com uma ação civil
contra o agente da Guarda.
Frequentador assíduo do estádio há cerca de três anos, ele costuma ir
com a família, por isso, escolhe o setor premium para evitar possíveis
confusões, segundo ele.
"[Vou a] todos os jogos, por um milagre, graças a Deus, nesse jogo
não estava com minha esposa e meus filhos. Nesse dia eu não levei,
graças a Deus”, comenta.
Além das dores no corpo, o torcedor também diz que há uma "sequela moral" pelo episódio. "Atirou num pai de família", frisa.
Fonte: Diário do Nordeste