Depois do assassinato de três policiais
penais e a morte do quarto durante um teste de aptidão física, a
categoria agora está sendo alvo de ameaças de morte. As duas facções
criminosas que comandam o tráfico de drogas e promovem execuções
sumárias do estado estariam se unindo para assassinar agentes
penitenciários e seus familiares. A ordem para matar teria como motivo
uma represália a atos de torturas e maus-tratos que os presidiários vêm
sofrendo nas cadeias da Grande Fortaleza praticados por agentes da
Força de Intervenção Penitenciária Integrada (FIPI).
As ameaças de morte aos policiais penais
cearenses já estão sendo investigadas pelos setores de Inteligência da
própria gestão da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e pela
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Nas redes
sociais, as ameaças são feitas abertamente, assim como as denúncias de
torturas.
“Estão introduzindo cassetetes e outros
objetos n ânus dos presos, estão batendo muito neles, estão torturando
de uma forma que eles (os presos) preferem morrer do que se sujeitar a
tudo isso”, revela uma presidiária que nas redes sociais se identifica
como “Natália Doida”, cuja verdadeira identidade é Maria Natália
Nogueira da Rocha, ex-presidiária envolvida com o tráfico de drogas, de
acordo com informações da Inteligência da SSPDS.
“… É muito gás de pimenta, agentes
cometendo estupros coletivos com internos e a Justiça está calada. O
Ministério Público está calado. Os Direitos Humanos estão calados. A
Mídia está calada. Crime no estado do Ceará, ou vamos nos unir ao mesmo
objetivo ou vai continuar assim”, diz outra mensagem conclamando as duas
facções Comando Vermelho (CV) e Guardiões do Estado (GDE) a se unirem
na “guerra” contra os agentes.
“Não temos mais nada a perder, nossos
direitos de ter intimidade já não temos mais. Então, se já estamos na
m…, vamos matar esses servidores públicos”, conclui a mensagem
ameaçadora.
Quem são eles
Os agentes da FIPI vieram ao Ceará com o
objetivo de reforçar a segurança nos presídios no começo da gestão do
secretário Luís Mauro Albuquerque. Muitos já retornaram para seus
estados, mas cerca de 25 permanecem no Ceará agindo dentro dos
presídios, com recorrentes denúncias de torturas e maus-tratos a presos e
assediando moralmente os policiais penais do estado, recebendo salários
e gratificações que superam os vencimentos dos servidores públicos
concursados locais.
Fonte: Fernando Ribeiro