O
estado da Bahia registrou, entre agosto de 2020 e fevereiro deste ano,
40 casos da doença de haff, enfermidade causada pelo consumo de peixe ou
mariscos contaminados por toxinas. A doença tem como principais
sintomas a ocorrência súbita de extrema rigidez muscular, dor nos
músculos, falta de ar, dormência e perda de força no corpo.
Os
pacientes acometidos pela doença também costumam ficar com a urina
escurecida, com cor de café. Em casos mais graves e associados a
comorbidades, pode haver risco de morte. Este é o segundo surto da
doença registrado na Bahia nos últimos anos. A maioria dos casos foi
registrada em Salvador e no litoral norte baiano.
"É
uma doença sazonal, que surge de tempos em tempos. Por isso, é
importante manter um sistema de vigilância alerta para monitorar os
casos", afirma Eleuzina Falcão, coordenadora de vigilância e controle de
agravos da Secretaria de Saúde da Bahia.
A
doença não tem tratamento específico. A orientação é que a pessoa que
tiver os sintomas busque uma unidade de saúde para que seu caso seja
monitorado pela equipe médica. De acordo com investigação epidemiológica
da Secretaria de Saúde da Bahia, 95% dos novos casos da doença
registrados no estado estão associados ao consumo do peixe da espécie
"olho de boi", de água salgada e encontrado na maior parte da costa
brasileira.
Em
nota técnica, a Secretaria de Saúde da Bahia orienta à população a
evitar o consumo desse tipo específico de pescado. Não há orientação
para suspender o consumo de outros tipos de peixes ou mariscos. A doença
não é contagiosa de pessoa para pessoa. Mas, em geral, os casos são
registrados em pessoas que consumiram o mesmo pescado. Os sintomas
aparecem nas primeiras 24 horas após o consumo do alimento contaminado.
A
Secretaria de Saúde ainda investiga qual tipo de toxina é responsável
pela doença. De acordo com Francisco Kelmo, professor do Instituto de
Biologia da UFBA (Universidade Federal da Bahia), a principal hipótese é
que a doença de haff seja causada por uma toxina presente na cadeia
alimentar do peixe. Essa toxina permaneceria ativa mesmo com as altas
temperaturas do cozimento do peixe.
Fonte: Diário do Nordeste