Na
última sexta-feira (5), o avião modelo Beechcraft King Air C90A, que
levava a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, caiu ao lado
de uma cachoeira em Caratinga, cidade mineira onde a cantora faria um
show naquela noite. Todos os ocupantes da aeronave morreram.
O
acidente ocorreu por volta das 15h, mas a morte de Marília e a das
demais pessoas que estavam no avião só foram confirmadas por volta das
18h, tanto pelo Corpo de Bombeiros de MG quanto pela assessoria de
imprensa da artista. Antes de informar sobre os óbitos, a equipe da
cantora chegou a dizer que todas as pessoas que estavam na aeronave
haviam sido resgatadas com vida.
AS VÍTIMAS DO ACIDENTE
Além
de Marília Mendonça, de 26 anos, morreram na queda seu tio e assessor
Abicieli Silveira Dias Filho, sem idade confirmada; o produtor Henrique
Ribeiro, de 32 anos; o piloto do voo, Geraldo Martins de Medeiros
Júnior, de 56; e o copiloto do voo, Tarciso Pessoa Viana, de 37. A
Polícia Civil informou que todos já estavam mortos quando o resgate
chegou ao local.
O
médico-legista Pedro José Fernandes Nunes Coelho, do Instituto
Médico-Legal de Caratinga, responsável pelas autópsias nas vítimas,
disse que ainda não é possível afirmar qual tipo de ferimento causou as
mortes, o que deve acontecer em cerca de 20 dias, quando os exames de
sangue, urina e vísceras serão concluídos.
INVESTIGAÇÃO E POSSÍVEIS CAUSAS
O
capitão da Polícia Militar, Jefferson Luiz Ribeiro, afirmou que a
aeronave caiu ao tentar realizar um pouso forçado. Segundo Ribeiro, o
piloto teve problemas ao aterrissar no aeroporto, localizado a cerca de
dois quilômetros do local do acidente.
Ainda
na sexta, a Cemig, companhia energética mineira, afirmou em nota que o
bimotor atingiu um cabo de uma torre de distribuição da companhia, além
de dizer que a torre “está fora da zona de proteção do aeródromo de
Caratinga, nos termos de portaria específica do Departamento de Controle
do Espaço Aéreo (Decea), do Comando da Aeronáutica Brasileira”.
Dados
cadastrados no Rotaer, um manual sobre todos os aeródromos do país,
indicam dois obstáculos temporários no entorno do aeroporto, uma antena e
uma torre. Há também registro de um obstáculo não iluminado, um morro,
como uma notificação de que a informação deve ser observada por quem voa
no local.
De
acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (Cenipa), o avião não tinha caixa-preta, mas possuía um
equipamento de geolocalização que pode indicar coordenadas que confirmem
por onde a aeronave passou. Além da investigação aeronáutica, a Polícia
Civil também está investigando o caso para apurar possíveis
responsabilidades criminais.
MODELO DO AVIÃO
Fabricado
em 1984, o bimotor que transportava Mendonça pertencia à empresa PEC
Táxi Aéreo, cuja sede fica em Goiânia, onde a cantora vivia e de onde a
aeronave tinha decolado. De acordo com a Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), a aeronave tinha autorização para realizar o serviço de
táxi aéreo.
A
aeronave, de modelo C90A, custa em torno de 2,5 milhões de dólares, o
equivalente a R$ 13,8 milhões. De acordo com o gerente técnico da
Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Raul Marinho, este é um
dos modelos de bimotores mais seguros do mundo. Em dez anos, houve
apenas 15 acidentes no Brasil com o modelo.
O
Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade da aeronave era válido
até 1º de julho de 2022. A empresa já havia recebido uma denúncia
anônima sobre as condições do avião que levava Marília Mendonça. A Anac,
no entanto, afirmou que um suposto problema no para-brisa do avião foi
rejeitado, após ter sido constatado que a peça havia sido trocada.
EMPRESA ELOGIOU PILOTOS
A
empresa PEC Táxi Aéreo, de Goiânia, dona da aeronave que caiu, elogiou o
trabalho dos dois profissionais e afirmou que “a tripulação engajada na
operação tinha grande experiência de voo e também estava devidamente
habilitada pela Anac [Agência Nacional de Aviação Civil], com todos os
treinamentos atualizados”.
Fonte: Pleno News