Um
policial penal foi encontrado morto após ter assassinado um colega
durante o trabalho no presídio de Pacatuba, na Região Metropolitana de
Fortaleza. O caso ocorreu na madrugada deste sábado, 6, e as causas das
mortes estão sendo investigadas.
Um
agente teria atirado diversas vezes contra um outro, que era escrivão
durante a madrugada. O autor do homicídio, teria deixado a unidade,
sendo encontrado morto na Praia de Iracema, pouco tempo depois. Ele
teria cometido suicídio.
Em
nota à imprensa, o Sindicato dos Policiais Penais e Servidores do
Sistema Penitenciário do Ceará (Sindppen-Ce) lamentou as mortes. Ainda
alertou sobre as condições de trabalho dentro das unidades
penitenciárias.
Segundo
o Sindppen, as licenças médicas para policiais penais “bateram recorde”
nos últimos meses e “os atestados médicos são constantes e muitos
policiais penais estão doentes com problemas psicológicos”. O sindicato
pediu ainda para que os nomes dos agentes não fossem revelados para não
atrapalhar nas investigações.
O POVO entrou em contato com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e aguarda mais informações sobre o caso.
Confira trecho da nota à imprensa da Sindppen
O
Sindicato dos Policiais Penais e Servidores do Sistema Penitenciário do
Estado do Ceará (Sindppen-Ce) lamenta a morte de dois policiais durante
o trabalho nesta madrugada de sábado na Penitenciária Francisco Hélio
Viana de Araújo em Pacatuba.
Segundo
informações da categoria, um policial penal teria tido um surto
psicológico e atirado contra o colega. Saiu da unidade e realizou
suicídio nas imediações da Praia de Iracema.
A
direção do Sindppen-Ce tem chamado atenção da sociedade sobre as
condições de trabalho nas unidades penitenciárias que tem tido assédio
moral como uma constante nas relações de trabalho. Este fato está
levando a um alto número de licenças médicas e desde o ano de 2020, já
ocorreu quatro suicídios envolvendo policiais penais.
A
direção do Sindppen-Ce publicou uma cartilha sobre "Trabalho decente"
para o Dia do Servidor, mas encontra-se o livro com acesso as unidades
prisionais cerceado devido ao posicionamento público acerca de um vídeo
sobre os excessos durante um treinamento de policiais penais.
Para
a direção da entidade, as licenças médicas bateram recorde. Os
atestados médicos são constantes e muitos policiais penais estão doentes
com problemas psicológicos.
Houveram
muitos avanços no estado na questão da infraestrutura do sistema
penitenciário, desde 2016 aumentou mais de R$ 100 milhões no orçamento
da SAP, segundo o diretor do Sindppen-Ce, Alex Araújo. Com isso, foi
criado o fundo penitenciário. Investiram em novas viaturas, avançaram na
questão da disciplina dos presos e no controle das facções. Contudo, na
questão do tratamento dos servidores do sistema, temos um retrocesso
que, nunca antes, dentro do sistema penitenciário cearense, havia
ocorrido.
Isso é o retrato de uma visão não humanizada nos plantões das unidades prisionais.
Fonte: O Povo