Disputa
territorial de facções em Sobral impede que crianças estudem em bairro
diferente do de onde moram. Sem a frequência escolar dos filhos, mães
perdem Bolsa Família.
Crianças
do Residencial Caiçara estão sem frequentar a escola por não poderem se
deslocar aos bairros vizinhos. O bairro em duas escolas, mas o estudo
das classes do primeiro ao quinto ano só é ofertado na vizinhança:
Terrenos Novos ou Cohab III. Mas as facções em conflito com as rivais
impedem o ir e vir de um bairro para outro.
O
que deixa as mães transtornadas é o fato de os filhos estarem sem o
direito de ter uma educação escolar digna, por consequência de disputas
entre facções. “Eles não deixam nem sequer a gente entrar na outra rua”,
afirma Tamara Aragão, uma das mães.
O
outro prejuízo é em relação ao Auxílio Brasil que beneficia as
famílias. Um dos requisitos para o pagamento do benefício é a frequência
escolar. Sem o comparecimento à escola dos filhos, o benefício não é
pago e fica suspenso até a regularização.
Já
que estão impedidos de trafegar de um bairro a outro, por pressão de
faccionados, a população apela para que o Centro de Educação Infantil
Maria Helena, recém inaugurado, mas sem funcionamento, possa ofertar o
ensino que hoje só existe em outros bairros. “Queremos segurança,
queremos paz. Queremos que nossas crianças possam estudar”, pede
Tatiane, outra mãe.
Procurada,
a Secretaria da Educação de Sobral, afirmou que está concluindo a
licitação para construção de uma Escola de Ensino Fundamental, que
atenderá os estudantes do 1⁰ ao 5⁰ ano do Caiçara.
Fonte: Ana Karine / Sistema Paraíso