Policiais
militares de Mato Grosso integrariam um grupo de extermínio responsável
por 23 assassinatos. De acordo com investigação do Ministério Público,
os PMs contavam com a ajuda de um informante, que atraía os suspeitos
para as emboscadas.
Os
casos teriam ocorrido entre outubro de 2017 e outubro de 2020. Os
acusados são 62 policiais militares de três grupos de elite de Mato
Grosso: a Rotam, o Bope e a Força Tática. Em todos os casos, a Delegacia
de Homicídios e o Ministério Público encontraram indícios de um plano
de execução muito semelhante.
Mesmo roteiro
Todos
os seis boletins de ocorrência têm o mesmo roteiro: PMs disseram que,
depois de uma denúncia anônima, abordaram os criminosos armados, houve
confronto e os bandidos acabaram mortos.
O
promotor de Justiça Vinicius Gahyva Martins afirma, no entanto, que
“não havia, de fato, confronto nas ações policiais. Os tiros foram todos
muito próximos. Tiros encostados”.
O
plano começou a ser desvendado após o depoimento de quatro
sobreviventes. Todos contaram que um homem, geralmente num carro
vermelho, se apresentava como segurança particular e dizia que procurava
comparsas para um suposto assalto.
O tal carro vermelho e o suposto segurança, que era um informante da polícia, foram localizados pelos policiais.
Agenciador de emboscadas
Ele
confessou tudo à investigação, em detalhes. “Essa pessoa organizava o
assalto e comunicava inteligências dos batalhões qual seria o caminho a
ser percorrido para que pudessem ser montadas as emboscadas”, disse o
promotor.
“Trabalhamos
para checar as informações que ele trouxe. Grande parte delas, através
de provas técnicas, foram confirmadas”, afirma Fausto Freitas, delegado.
O
homem que diz ser o agenciador de emboscadas contou que os planos dos
assaltos fictícios também eram repassados em locais sem movimentação de
pessoas, e durante à noite.
Os 62 policiais acusados chegaram a ser presos e agora respondem em liberdade. Eles negam as emboscadas e execuções.
Fonte: Portal Grande Ponto