Foto: Thais Mesquita. |
Novo Boletim do InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta quarta-feira, 13, informou que casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Ceará e em Fortaleza seguem crescendo. A maior parte dos casos, 77,6%, são positivos para Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19. Os indícios de crescimento dos casos também estão sendo apontados em outros 22 estados brasileiros. A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 27, que compreende de 3 a 9 de julho.
De acordo com o informe, analisando os
dados referente as últimas seis semanas, o Ceará tem uma probabilidade
acima de 95% de estar passando por um crescimento dos casos de síndrome
respiratória grave.
Os
casos monitorados são aqueles que apresentaram febre, tosse ou dor de
garganta e dificuldade respiratória e que tenham necessitado
hospitalização ou que vieram a óbito.
Além do Ceará, a atualização do
monitoramento indica sinal de crescimento nos casos de SRAG em outros 22
estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Espírito Santo,
Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba,
Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,
Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
Apenas Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo apresentam sinal de estabilidade ou queda nesse período.
Vírus e faixa etária
Nas
quatro últimas semanas epidemiológicas (período de 12/6 a 9/7) a
prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus
respiratórios foi de 2,4% para influenza A, 0,1% para influenza B, 7,6%
para vírus sincicial respiratório e 77,6% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Entre
os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de
1,0% para influenza A, 0,1% para influenza B, 1,4% para vírus sincicial
respiratório (VSR) e 94,5% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Dados referentes aos resultados
laboratoriais por faixa etária seguem apontando para amplo predomínio do
vírus Sars-CoV-2 (Covid-19), especialmente na população adulta.
Nas
crianças até 4 anos de idade, o aumento no número de casos de SRAG foi
marcado por crescimento nos casos positivos para vírus sincicial
respiratório (VSR) e leve subida nos casos de rinovírus e
metapneumovírus. Nesse grupo, a presença de Sars-CoV-2 superou o volume
de casos associados ao VSR nas últimas quatro semanas.
De
acordo com o pesquisador e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, os
dados laboratoriais e por faixa etária mostram que o quadro de
crescimento de SRAG foi decorrente do aumento nos casos de Covid-19.
Além disso, a análise das curvas de cada UF indicam que, de modo geral,
nos estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste observa-se uma
desaceleração no ritmo de crescimento.
O destaque para o aumento de casos em
ritmo elevado, segundo Marcelo, são nas regiões Norte e Nordeste. O
pesquisador explica que esse cenário pode estar associado ao fato de que
a metade sul do país iniciou esse processo de crescimento mais cedo,
ainda em abril.
Fonte: O Povo