O
homem que alegou ter matado a esposa indígena por estar possuído foi
condenado a 33 anos de prisão, nesta segunda-feira (6), em Pacatuba, na
Grande Fortaleza. O julgamento aconteceu no Salão do Júri do Fórum
Desembargador Raimundo Catunda. Crime aconteceu em agosto de 2017.
Lucas
Matias de Lima, de 35 anos, foi julgado pelo júri popular pelos crimes
de homicídio triplamente qualificado: por feminicídio, por motivo fútil e
mediante recurso que dificultou a defesa da vítima; além do crime de
ocultação de cadáver. Na época, ao ser preso na residência de parentes,
ele se declarou pai de santo e afirmou que praticou o crime por estar
"possuído por uma entidade".
Segundo
a Delegacia de Defesa da Mulher de Pacatuba, Rosiane Dantas da Silva,
conhecida como Diana Pitaguary, foi assassinada pelo companheiro e
enterrada no quintal da própria casa. Dentro da residência, os agentes
apreenderam uma panela, um pedaço de pau e uma pá com manchas de sangue.
A mãe da vítima, Francisca Dantas, afirmou que o casal brigava muito e que chegou a alertar a filha sobre uma possível tragédia.
"Eles
brigavam muito. Ele derrubava as coisas dela. Ela não conseguia ter
nada porque ele quebrava. E eu dizia: 'Para você ficar assim é melhor se
separar. Ele ir um para o lado e você para outro. Isso só termina em
tragédia'. Ela não me escutou. Uma semana antes eu alertei ela. Numa
sexta-feira e quando foi domingo foi quando ele tinha matado ela",
disse.
A
polícia disse ainda que Lucas Matias de Lima chegou a registrar o
desaparecimento da esposa em um boletim de ocorrência, na Delegacia
Metropolitana de Maracanaú.
Lucas
afirmou em depoimento que a esposa desapareceu após sair de casa
dizendo que iria visitar um ex-namorado. A polícia iniciou as
investigações e chegaram a conclusão de se tratar de um feminicídio.
Fonte: G1 CE