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'Feminicídio não íntimo': MP denuncia garçom por matar mulher após divergência em preço de programa

'Feminicídio não íntimo': MP denuncia garçom por matar mulher após divergência em preço de programa 


vitima e acusado feminicidio
Legenda: Vítima e acusado não se conheciam e não tinham relação íntima - Foto: Reprodução.

 

O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou o garçom Antônio Carlos Sousa Pereira pelo crime de 'feminicídio não íntimo'. A Justiça do Ceará acolheu a denúncia e mandou citar o acusado pela morte Bruna Gonçalves, de 30 anos.

Sobre a tipificação do crime, o MP explicou que é porquê o acusado e a vítima não se conheciam e não tinham relação íntima, tratando assim de um "feminicídio não íntimo", porque a vítima ainda foi morta em decorrência de ser mulher.

MOTIVO DO CRIME

O que motivou o assassinato foi a divergência do preço do programa. Segundo o suspeito, a jovem cobrava um valor de R$ 350 no site. Porém, depois do programa, ela teria cobrado R$ 400, o que deu início a uma discussão.

"Vítima estava em situação de prostituição, pois ofereceu seus serviços como profissional do sexo. Essa condição foi admitida pelo réu e atestada por outras evidências testemunhais e materiais colhidas nos autos. Nessa circunstâncias, existe uma situação objetiva de menosprezo a condição do sexo feminino"
Trecho da denúncia do Ministério Público

O MP denunciou o garçom no último dia 13 de novembro, e a acusação foi recebida por meio da juíza da 5ª Vara do Júri de Fortaleza, no mesmo dia. Agora, o réu deve responder à acusação nos autos.

Antônio Carlos foi preso em flagrante. A defesa dele não foi localizada pela reportagem.

MORTA A FACADAS

Um relatório do 2º Distrito Policial (Meireles), obtido pelo Diário do Nordeste, aponta que Bruna Gonçalves foi assassinada a facadas em um imóvel, em uma vila de casas, no bairro Mucuripe, na manhã do dia 26 de outubro de 2024. Moradores ouviram os gritos da vítima e acionaram a Polícia Militar do Ceará (PMCE).

Os policiais militares já encontraram a mulher morta, enquanto o suspeito tentava fugir. Antônio Carlos tinha sangue nos braços, no rosto e na roupa, quando foi detido pelos PMs no quintal de outra casa. "Fui eu", assumiu o suspeito, ao se entregar.

Antônio contou, ao ser interrogado no 2º DP, que marcou um encontro com a mulher por um site de acompanhantes e ela foi ao seu encontro. 

Ao voltar para casa, o garçom afirma que teria sido ameaçado de morte, por não ter dinheiro para pagar a jovem, conforme a versão do preso. Antônio Carlos disse em depoimento que "agiu por impulso e medo" para pegar uma faca e esfaquear a mulher várias vezes.

 

 

Fonte; Diário do Nodeste