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| Chuvas são típicas do período de pré-estação. Foto de Honório Barbosa |
A Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme) registrou, hoje, chuvas
em 40 municípios do Interior. Ocorreram precipitações devido à
influência de um sistema próprio para essa época do ano, o Vórtice
Ciclônico de Altos Níveis que está sobre o Estado da Bahia, com
ramificações no Ceará. As cinco maiores chuvas foram registradas
em Granja (77mm), Barbalha (62.4mm), Novo Oriente (62mm), Juazeiro do
Norte (42mm) e Aurora (41mm).
De acordo com o meteorologista da Funceme, Raul Fritz,
a atuação do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis é próprio desse período
de pré-estação chuvosa, de janeiro até a primeira quinzena de fevereiro.
“Esse sistema provoca chuvas localizadas e rápidas, geralmente de baixa
intensidade, com enorme variação em um mesmo município”, explicou. “Esse fenômeno pode se dissipar em uma semana ou mesmo em um dia e recomeçar. É muito variável e imprevisível”, explicou Fritz.
A Funceme prevê para hoje e amanhã céu variando entre parcialmente
nublado a claro em várias regiões do Estado, com possibilidade de chuva
no Cariri cearense e Centro-Sul. A formação de nuvens ocorre sobre a
influência do Vórtice Ciclônico. Nas bordas desse sistema há
precipitações e no centro ocorre o inverso, não há chuvas. É formado
pela circulação de ventos de altos níveis, cerca de 10km de altura, com
nuvens em uma grande extensão. “O ar úmido sobe e nas bordas surgem
nuvens que provocam chuva”, explicou Fritz.
As chuvas provocadas pelo Vórtice Ciclônico, que é um sistema
transitório, são localizadas e variáveis. Um exemplo é o que ocorreu,
ontem, em Granja, no extremo Norte do Ceará. Dois postos pluviométricos
assinalaram precipitações de 77mm e 35mm no mesmo município.
Segundo registros da Funceme houve chuvas na cidade de Crato
(27mm), Itapipoca (24mm), Santa Quitéria (21mm), Lavras da Mangabeira
(19mm), Várzea Alegre (17mm), Barro (16mm), Missão Velha e Brejo Santo
(13mm), Altaneira 12 (mm) e Farias Brito (11mm).
O principal sistema causador de chuvas no Ceará é a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT)
que permanece acima do Equador, distante do Ceará, provocando chuvas no
Amapá e no Pará. A temperatura das águas superficiais do Oceano
Atlântico está oscilando entre neutra e fria, impedindo que a ZCIT
oscile para o Sul. “O bom para o Ceará é que as águas do Oceano
Atlântico estivessem quentes, oscilando positivamente, maior do que a
média”, observou Raul Fritz. Esse quadro desfavorável deve permanecer
até março vindouro.
Fonte: Diário do Nordeste
