Revolta derrubou ditador Hosni Mubarak em 2011.
Descontentes acusam atual presidente eleito de autoritarismo.
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Manifestantes ajudam ferido após pessoas pró-governo jogarem pedra em opositores no Cairo (Foto: Asmaa Waguih/Reuters) |
O número de mortos em protestos pró-democracia no Egito subiu para 17, no dia em que se relembra a revolta de 2011 que tirou o ditador Hosni Mubarak do poder. O número foi informado por fontes da área da segurança para a agência Reuters.
Segundo o porta-voz do Ministerio da Saúde egípcio, Hosam Abdelgafa,
outras 45 pessoas ficaram feridas em confrontos entre policiais e
manifestantes opositores. Ao menos doze das mortes foram registradas na
região de Al Matariya, nos arredores do Cairo, uma em na região de Gizé e
outra em Alexandria.
Segundo a France Presse, autoridades disseram que um dos manifestantes
mortos estava armado e abriu fogo contra a polícia durante uma
manifestação na cidade de Alexandria (norte). As forças de segurança, em
seguida, responderam, ainda de acordo com as autoridades.
Motivações

Manifestantes protestam contra governo no Egito (Foto: Asmaa Waguih/Reuters)
Os protestos foram convocados por partidários do ex-presidente islamita
Mohamed Morsi, derrubado em um golpe militar em 2013. Eles se opõem ao
regime do atual presidente do país, Abdel Fattah al-Sissi, o ex-chefe do
Exército e arquiteto da destituição de Morsi.
Eleito em maio com mais de 90% dos votos e o apoio de uma grande parte
da opinião pública, o presidente é acusado pelos descontentes de ter
introduzido um regime mais autoritário do que Mubarak, suprimindo toda a
posição islamita mas também secular.
De Mubarak até hoje

Membro das forças de segurança do governo egípcio patrulha subúrbio do Cairo durante protesto (Foto: Ahmed Abdel Fattah/AP)
Uma revolta popular resultou na renúncia, em 2011, do então presidente Hosni Mubarak, na época havia 30 anos no poder.
Em 2012, Mohamed Morsi, membro da Irmandade Muçulmana, foi eleito
democraticamente, mas se tornou impopular após suas ações contra o
Exército, seu acúmulo de poderes, seu autoritarismo e pela influência
política de grupos religiosos no país. Em julho de 2013, novas
manifestações populares terminaram com a derrubada de Morsi, em um golpe militar.
O governo interino que assumiu o país depois também não durou muito - em 24 de fevereiro de 2014, o gabinete renunciou.
O marechal Abdel Fattah al-Sisi, homem forte do Exército, foi eleito em
maio com mais de 90% dos votos e o apoio de uma grande parte da opinião
pública.
Fonte: G1