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Há risco de rebeliões em presídios cearenses, diz Inteligência do governo federal

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Existem quatro graduações para a classificação dos presídios: normal, alerta, tenso e conflito deflagrado ( Foto: Tuno Vieira )
Há risco de conflito violentos em presídios cearenses, segundo informações de setores dos serviços de Inteligência do governo federal repassados ao jornal O Globo. O Ceará, juntamente com Mato Grosso, Sergipe, Rondônia e Piauí, tem unidades prisionais classificadas como tensas. 

Essa é a classificicação mais próxima da ocorrência de conflitos. Existem quatro graduações: normal, alerta, tenso e conflito deflagrado. Essa última denominação foi dada a penitenciárias do Amazonas e de Roraima, onde ocorreram os últimos massacres.

A Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará (Sejus) disse, em nota, que promove um trabalho permanente de inteligência para a prevenção de conflitos nos presídios. "Recentemente, realizou uma grande movimentação de internos entre as unidades prisionais com esse objetivo.  Ao longo dos dois últimos anos, a Sejus transferiu 41 internos para presídios federais, sendo o terceiro estado com mais internos nesses estabelecimentos, também realiza vistorias rotineiras em todas as unidades, além de investir em tecnologia inteligente de segurança. Essas são medidas que visam coibir o uso de ilícitos e desarticular a ação de internos das unidades prisionais".

A Sejus informou que trabalha na abertura de novas vagas para reduzir o excedente prisional e a consequente redução de conflitos. "Em 2016, cerca de 1,8 mil vagas foram abertas. Outras 1,2 mil vagas estão previstas para este ano", salienta a pasta. 


O Conselho Penitenciário do Ceará (Copen), vinculado à Sejus, enumerou, em nota, 8 medidas urgentes que devem ser adotadas para que os recentes massacres ocorridos em prisões no Amazonas e em Roraima não se repitam no Ceará. As medidas incluem a implementação de trabalho e estudo para os detentos em todas as unidades prisionais do Estado, o afastamento das lideranças das organizações criminosas que operam dentro do sistema prisional, transferindo-as para presídios federais; e a implementação urgente das audiências de custódia em todas as comarcas do Estado.

O Copen também pede o seguimento estrito das decisões das Cortes Supremas, que proíbem as prisões provisórias, sem julgamento, com base na gravidade abstrata da infração ou do clamor público; a adequada alocação de recursos públicos para a estruturação e realização de políticas públicas que possam reverter o encarceramento em massa, "a fim de que a prisão deixe de ser a primeira e passe a ser a última alternativa possível"; a capacitação dos agentes penitenciários e a contratação de novos quadros; e a elaboração de projetos de lei que, mudando o Código Penal, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal, "procure discutir abertamente a questão penitenciária, o combate ao narcotráfico e o foco da repressão penal em torno dos crimes mais graves". 

O Conselho e composto por 12 conselheiros e que tem como presidente José Cláudio Souto Justa e como vice-presidente a representante do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), promotora de Justiça Camila Gomes Barbosa. 



Fonte: Diário do Nordeste