A estudante havia denunciado, há duas semanas, que foi vítima de racismo nas dependências da universidade
Uma investigação de estupro de uma estudante
universitária em Fortaleza está em andamento na Delegacia de Defesa da
Mulher (DDM). De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa
Social (SSPDS), a vítima tem 33 anos e está acolhida no Centro de Referência da Mulher.
Segundo a secretaria, um inquérito policial foi instaurado nesta
quinta-feira (25). “A mulher foi encaminhada para realização de exame de
corpo de delito, na sede da Perícia Forense do Estado do Ceará
(Pefoce), e, em seguida, conduzida para uma unidade de saúde para ser
medicada”, informou a secretaria, por meio de nota.
O Observatório da Intolerância Política e Ideológica do Ceará
informou, por meio de nota, que todos os procedimentos cabíveis e
medidas administrativas estão sendo adotados para identificação do
autor.
O caso aconteceu duas semanas depois da mesma aluna denunciar ao
Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade de Fortaleza
(Unifor) ter sido vítima de racismo nas dependências da instituição. De
acordo com nota, a estudante teria sido agredida com palavras “Você não
merece estar aqui” e “Esse lugar não é para gente como você”.
Segundo a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB/CE), o crime teria ocorrido próximo à Universidade de
Fortaleza (Unifor), no bairro Edson Queiroz.
O órgão também se manifestou sobre o caso. “É lamentável e repugnante
o nível que se chega nessas eleições. É preocupante o empoderamento de
grupos que repercutem o discurso de ódio”, critica o órgão, que também
prestou solidariedade à vítima.
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) está acompanhando o
caso junto à Delegacia da Mulher. Por meio de nota, eles informaram que
repudiam todas as formas de violência contra a mulher. Afirmaram ainda
que estão à inteira disposição para colaborar com o que for necessário
para o esclarecimento do caso. “E para garantir que os responsáveis
respondam por seus atos na forma da lei”.
Na manhã desta sexta (26), estudantes da instituição se manifestaram
contra o caso. No ato, os manifestantes gritaram frases como “machistas
não passarão” dentro do campus.
A Unifor informou, em nota, que se solidariza com as vítimas, em
quaisquer circunstâncias, dentro ou fora do campus. “A Unifor está
tomando as medidas cabíveis junto às autoridades competentes”. A
instituição se colocou à disposição com apoio jurídico e psicológico
para o acompanhamento.
“Reiteramos o compromisso da instituição de
preservar as identidades de todos os envolvidos até que as questões
sejam esclarecidas”.
Fonte: Tribuna do Ceará