Morto
durante operação no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na
quinta-feira (6), o policial civil André Leonardo de Mello Frias, de 48
anos, será enterrado na tarde desta sexta-feira (7). André estava casado
desde 2018 com uma policial civil e tinha um enteado de 10 anos.
Além
da esposa e do enteado, André deixa também a mãe, que sofreu um AVC há
três anos e vive sobre uma cama, de quem ele era o responsável pelo
sustento. O agente foi atingido por um tiro na cabeça pouco depois das
6h, quando começou a operação. Ele tinha acabado de descer do Caveirão, o
veículo blindado da Polícia Civil.
Às
6h30, Frias chegava para ser atendido no Hospital Salgado Filho, no
Méier, Zona Norte da capital, mas não resistiu aos ferimentos. O agente
foi uma das 25 pessoas que morreram na operação de quinta-feira na
comunidade do Jacarezinho. De acordo com a polícia, os outros 24 mortos
eram traficantes.
COMO OCORREU A MORTE DE ANDRÉ
A
decisão de descer do Caveirão e seguir a pé pela favela aconteceu após a
equipe que estava no interior do veículo se deparar com barreiras
colocadas por traficantes no meio da rua. Seis policiais desceram do
veículo e entraram na comunidade do Jacarezinho a pé. Assim que deixou o
Caveirão, a equipe começou a ser alvo dos disparos.
Segundo
a polícia, havia uma espécie de casamata, feita de concreto com um
buraco para que o criminoso coloque o fuzil e realize os disparos. Foi
de lá que partiu o tiro que atingiu o policial, que era um dos últimos
da fila de agentes que deixou o blindado da polícia.
–
O policial baleado na cabeça foi alvejado de uma construção de
concreto. Havia várias dessas na favela. Eles se planejaram. Tiveram
tempo. Fizeram um bunker de defesa para atacar a polícia – contou
Rodrigo Oliveira, subsecretário Operacional da Polícia Civil.
Dois
policiais já estavam abrigados e um terceiro estava ferido no braço
quando um disparo bateu no chão, ricocheteou e atingiu a cabeça de André
Frias, que estava agachado.
–
Se tivéssemos o helicóptero, com câmera e todo o suporte, talvez o
policial não tivesse morrido. Talvez tivéssemos menos mortos. Porque ele
protege a todo. O helicóptero diminui confronto. Com o helicóptero há
menos letalidade – destacou Ronaldo Oliveira, assessor especial da
Secretaria de Polícia Civil.
QUEM ERA ANDRÉ FRIAS
André
era proveniente do concurso para inspetor, realizado pela Polícia Civil
do RJ em 2012. Na época, ela obteve 90 pontos no curso de formação
profissional do certame, uma das melhores notas entre os participantes.
Em 2018, André recebeu uma Moção de Louvor e Congratulações da
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
A
homenagem foi proposta pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro,
em fevereiro de 2018. Na justificativa, Flávio afirmou que o
reconhecimento foi motivado pelos serviços prestados em uma investigação
policial que resultou na apreensão de 60 fuzis vindos de Miami, nos
Estados Unidos, feita no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, em 1°
de junho de 2017.
Fonte: Pleno News