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Reverências e referências da escritora ipuense Aninha Martins ao "Dia do Escritor"


O livro... Ah, o livro! Ele nos conta sobre tantas coisas, nos ensina sobre o passado, nos permite contemplar o presente e, até projetarmos o futuro. O livro nos fala tanto, nos faz ver a vida como ela é, nos aconselha e nos prepara para enfrentarmos o mundo. Foi assim que iniciou o Ateneu, com uma frase dita pelo pai de Sérgio: "Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.” Nos mostrando que podemos nos preparar para o que ainda está por vir. Os árcades, nos falam do simples, do bucólico e da calmaria campestre. E Iracema nos mostra as matas verdes e viçosas, mas sem o bucolismo, pois há a agitação das tribos, num reboliço de lutas, atravessadas pelas fechas dos guerreiros valentes, porém quebradas, como um pacto de paz. 

Há livros denúncias, como nos revela O Cortiço e Germinal, querendo nos convencer que o ambiente é determinante dos nossos atos, nos confirmando o ditado popular que diz: “Dizes com quem tu andas que direis quem és.” Porém, é desmentido por Capitú de Dom Casmurro e Madame Bovary, pois essas nos revelam que sentimentos nascem, não importa onde vivemos. E, D. Quixote nos afirma que podemos inventar a realidade e lutarmos com os moinhos que encontramos nas estradas da vida. Assim como nos diz Peter Pan, para continuar na infância que é lá que moram os sonhos e até nos permite assistir vários pôr do sol em um mesmo dia, pois é só afastar um pouco a cadeira no pequeno planeta do Principezinho. 

Existem livros que nos falam do real, do Tempo e o vento, dos Capitães de areia, do Grande Sertão Veredas e da Tenda dos Milagres, onde há porções para acabar com tantas Vidas Secas, assoladas pelas intempéries geográficas ou pelas desilusões do mundo. Outros confidenciam como vivem as mulheres Senhora de si, Diva ou Tereza Batista Cansada da Guerra e, até Tieta do Agreste ou As Três Marias, diferentes e tão iguais. É, todas tão iguais na busca incessante pela sua Hora da Estrela.

Assim, são os livros, armas importantes contra a ignorância e alienação, ferramentas de grande valor.

                                                                     Aninha Martins

25 de julho, Dia do Escritor.