No
último dia 23, a vocalista da banda Calcinha Preta, Paulinha Abelha,
morreu aos 43 anos em decorrência de um quadro de comprometimento
multissistêmico. A cantora estava internada com problemas renais desde o
dia 11, em Aracaju. O fato, pôs a população em alerta sobre os cuidados
com os rins.
Os
dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), apontam que a
prevalência da doença renal crônica no mundo é de 7,2% em indivíduos
acima de 30 anos e 28% a 46% para indivíduos acima de 64 anos. No
Brasil, a estimativa é de que mais de dez milhões de pessoas tenham a
doença. A insuficiência renal pode ser aguda (IRA) quando ocorre súbita e
rápida perda da função renal, ou crônica (IRC) quando esta perda é
lenta, progressiva e irreversível.
De
acordo com a SBN, os rins são responsáveis por quatro funções no
organismo, a eliminação de toxinas do sangue por um sistema de
filtração; a regulação da formação do sangue e dos ossos; a regulação da
pressão sanguínea; e o controle do delicado balanço químico e de
líquidos do corpo.
Segundo
o nefrologista, Fernando Coutinho, as doenças renais normalmente podem
se instalar de uma maneira silenciosa, “quando elas são descobertas,
pode ser tarde demais para reverter a situação, como tudo indica, foi o
que aconteceu no caso da cantora Paulinha Abelha”, afirmou.
O
médico ainda alerta que, de maneira preventiva, o aconselhável é
realizar, pelo menos uma vez ao ano, os exames de função renal e
creatinina. Ele destaca, ainda, que com a detecção do diagnóstico cedo, é
possível evitar ou tratar a doença com agravos.
Primeiros sintomas
A
Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, aponta que, a
maioria das pessoas não apresenta sintomas graves até que a
insuficiência renal esteja avançada. No entanto, podem-se observar
sinais como cansaço, menos energia, dificuldades de concentração,
apetite reduzido, dificuldade para dormir, cãibras noturnas, pés e
tornozelos inchados, inchaço ao redor dos olhos, especialmente durante o
período da manhã, pele seca e irritada e urina com mais freqüência,
especialmente à noite.
Fatores de risco
De
acordo com a SBN, os principais fatores de risco são a hipertensão
arterial, o diabetes e doenças familiares. Agravantes como obesidade,
fumo, uso de medicações nefrotóxicas e outros fatores também podem
influenciar no comprometimento da função renal. Pacientes idosos,
portadores de doença cardiovascular e pacientes com história de doença
renal em familiares, têm grande potencial para desenvolver lesão renal e
devem ser investigados com triagem de exames de urina e dosagem de
creatinina no sangue.
Tratamento
O
Ministério da Saúde aponta que existem 2 formas de tratamento, sendo o
primeiro, o tratamento conservador, realizado por meio de orientações,
medicamentos e dieta, visando conservar a função dos rins, tentando
evitar, ao máximo, a diálise. No transplante renal, o paciente recebe um
rim de um doador (vivo ou cadáver), através de cirurgia e é acompanhado
continuamente por uma equipe médica.
Como prevenir
As
práticas recomendadas pela SBN para prevenir a doença, incluem a
prática de exercícios físicos regulares, evitar o excesso de sal, carne
vermelha e gorduras, controle de peso corporal, pressão arterial,
colesterol e glicose, além de não abusar de substâncias químicas como
cigarro e álcool.
Fonte: Commonike