O mototaxista preso nesta terça-feira (5) por suspeita de dar um tapa na bunda de uma mulher em Fortaleza já havia sido preso pelo mesmo crime em um caso ocorrido em outubro de 2020. Na ocasião, a placa da motocicleta conduzida pelo homem estava visível, populares anotaram e chamaram a polícia. O crime ocorreu em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Dois
anos depois, respondendo criminalmente pelo ocorrido em 2020, o homem
repetiu o crime, de acordo com a polícia. Uma mulher caminhava por uma
rua no Bairro Ellery, na capital cearense, quando foi surpreendida pelo
suspeito.
Uma
câmera de segurança da vizinhança flagrou o momento em que ele se
aproxima e dá um tapa na parte íntima da vítima, que se assusta e sai
correndo. O caso ocorreu em 21 de março e o homem teve prisão preventiva
decretada nesta terça.
"Durante
as investigações, a gente conseguiu identificar que esse investigado já
teria sido preso em flagrante pelo cometimento do mesmo crime num
município próximo e, na ocasião, a placa da moto estava de fácil acesso,
e populares que presenciaram o crime anotaram a placa", afirma Manuela
Costa, delegada de Defesa da Mulher.
"Ele
responde criminalmente sobre esse fato ocorrido em 2020. Já aqui em
Fortaleza, quando do cometimento desse crime, ele tinha colocado um pano
para cobrir a placa, acreditando que isso iria impossibilitar a
identificação do mesmo", diz.
O
mototaxista foi preso após a polícia descobrir que ele estava
cadastrado no serviço de transporte. Os agentes foram até o local onde
ele costumava ficar, um ponto de mototáxi na Praça do Ferreira, no
Centro de Fortaleza, e fizeram a captura.
Importunação sexual
As
imagens da câmera que flagrou o crime em Fortaleza mostram a jovem
caminhando sozinha na via. O trecho é estreito, e a mulher segue em uma
parte da pista, próximo ao canteiro. Em determinado momento, o condutor
aparece em uma moto amarela, se aproxima da vítima pelas costas e dá um
tapa no corpo da mulher.
A
moto usada pelo suspeito estava com a placa coberta por um pano. A pena
prevista para condenados por crime de importunação sexual é de até
cinco anos de prisão.
A
delegada Manuela Costa alerta para que mulheres que forem vítimas de
algum crime sexual denuncie o caso para que a polícia possa investigar.
"É
de extrema importância que qualquer mulher que tenha sido vítima de
crime sexual procure a delegacia de defesa da mulher, e em municípios
que não tenham delegacia especializada, podem procurar qualquer
delegacia mais próxima e fazer a denúncia", pontua.
Crime de importunação sexual
A
lei que tornou crime a importunação sexual – e também a divulgação de
cena de estupro, de cena de sexo ou de pornografia – completou três anos
em setembro de 2021. Sancionado em setembro de 2018, o texto refere-se
a:
- importunação sexual – o ato libidinoso praticado contra alguém, e sem a autorização, a fim de satisfazer desejo próprio ou de terceiro;
- e divulgação de cena de estupro, de cena de sexo ou de pornografia – trata-se da divulgação, por qualquer meio, vídeo e foto de cena de sexo ou nudez ou pornografia sem o consentimento da vítima, além da divulgação de cenas de estupro.
Fonte: G1 CE