O
presidente da Rússia Vladimir Putin foi agraciado com um mandado de
prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), nesta
sexta-feira, 17, e também determinou a detenção da comissária de
direitos das crianças na Rússia, Maria Alekseyevna Lvova-Belova, pela
“deportação ilegal” de crianças ucranianas.
A
decisão da corte de Haia pontua que há “motivos razoáveis para
acreditar que cada suspeito é responsável pelo crime de guerra de
deportação ilegal de população e transferência ilegal de população de
áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa, em prejuízo de
crianças ucranianas”.
De
início os magistrados consideraram emitir mandados secretos, mas
prevaleceu o entendimento de que dar publicidade pode “contribuir para a
prevenção de novos crimes”. Moscou não reconhece a jurisdição do
Tribunal e nega as acusações de que soldados russos cometeram
atrocidades durante a invasão da Ucrânia.
O
promotor do TPI, Karim Khan, responsável pelo caso, tem feito viagens
constantes para a Ucrânia e manifesta-se pelo entendimento de existem
crimes contra crianças e condenou os bombardeios russos à infraestrutura
civil ucraniana, como usinas de energia e prédios residenciais. “Deixo a
Ucrânia com a sensação de que o ímpeto em direção à justiça está se
acelerando”, disse ele em um comunicado.
Na
quinta-feira 16, uma investigação apoiada pelas Nações Unidas citou
ataques russos contra civis na Ucrânia, incluindo tortura sistemática e
assassinato em regiões ocupadas, entre potenciais crimes de guerra e
possivelmente crimes contra a humanidade.
O
inquérito também registrou crimes cometidos contra ucranianos em
território russo, incluindo crianças ucranianas deportadas que foram
impedidas de voltar a ver suas famílias. Além disso, denunciou um
sistema de “filtragem”, destinado a selecionar ucranianos para detenção e
tortura, bem como presos vivendo sob condições desumanas.
Fonte: Hora de Brasília