Total de visualizações

!!

!!

Nova operação contra facção criminosa investiga setor de combustíveis e jogos de azar

A operação é um desdobramento da Operação Carbono Oculto, realizada em agosto, sendo considerada um dos maiores esforços coordenados contra o crime organizado no Brasil

Uma nova operação deflagrada na manhã desta quinta-feira (25) investiga um esquema criminoso que atua nos setores de combustíveis e jogos de azar em São Paulo, com suspeitas de lavagem de dinheiro ligada a uma facção criminosa de origem paulista. A ação, batizada de Operação Spare, envolve o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), Polícia Militar, Receita Federal, Secretaria da Fazenda e Procuradoria-Geral do Estado.

 

Nova operação contra facção criminosa investiga setor de combustíveis e jogos de azar
Foto: Divulgação / PMESP.

 

Segundo o MP-SP, a operação cumpre 25 mandados de busca e apreensão em várias cidades da região metropolitana, incluindo São Paulo, Santo André, Barueri, Bertioga, Campos do Jordão e Osasco. As investigações tiveram início após a apreensão de máquinas de cartão em casas de jogos ilegais na cidade de Santos, que estavam ligadas a postos de combustíveis. A apuração revelou que o esquema utilizava uma fintech para movimentar milhões de reais, promovendo lavagem de dinheiro para a facção criminosa por meio de vendas de combustíveis adulterados e exploração de jogos de azar.

O empresário Flávio Silvério Siqueira, conhecido como “Flavinho”, é apontado como chefe do esquema. Ele é suspeito de usar uma rede de postos de combustíveis para lavar recursos provenientes das atividades ilícitas da facção. Segundo as autoridades, o grupo conta com uma complexa estrutura que envolve diversas pessoas físicas e jurídicas, abrangendo ainda empresas dos ramos hoteleiro e financeiro.

Operação Carbono Oculto

A operação é um desdobramento da Operação Carbono Oculto, realizada em agosto, sendo considerada um dos maiores esforços coordenados contra o crime organizado no Brasil, focando em um esquema bilionário de fraudes, adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis. A ação, conduzida pela Receita Federal em parceria com diversos órgãos, cumpriu cerca de 350 mandados de busca e apreensão em oito estados, incluindo São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

A investigação revelou que o esquema criminoso atuava em várias etapas da cadeia produtiva do combustível, desde a importação, produção até a comercialização para o consumidor final. Para ocultar a origem ilícita dos recursos, a organização fazia uso de fintechs e fundos de investimentos, movimentando bilhões de reais e realizando transações fraudulentas no mercado financeiro, especialmente na região da Avenida Faria Lima, em São Paulo.

Além das operações financeiras complexas, a Carbono Oculto mostrou que o esquema mantinha conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC), com cerca de 40 fundos de investimentos avaliados em cerca de R$ 30 bilhões sob controle da facção. Foram emitidos 14 mandados de prisão, além de bloqueios judiciais que totalizaram mais de R$ 1 bilhão em bens, incluindo imóveis e veículos, para garantir o crédito tributário.

A operação também chamou atenção para o uso de empresas operacionais, empreendimentos imobiliários, motéis e lojas de franquias como instrumentos para lavagem de dinheiro. O desdobramento da Carbono Oculto, agora com a Operação Spare, continua investigando a rede criminosa.

 

 

*Portal GCMais