O Aeroporto Internacional de Fortaleza virou moradia para o garçom desempregado José Irismar Gomes, de 46 anos. Há quase dois meses ele vive no saguão por onde centenas de passageiros passam todos os dias. Ele conta que está perdendo a visão de um olho, sofre uma hemorragia gastrointestinal e aguarda uma cirurgia em Fortaleza, distante da família e sem casa para morar.
Irismar é natural de Ipueiras, a 300 quilômetros de Fortaleza. Ele
conta que foi para Brasília com a família há seis meses e teve de voltar
à capital cearense para tratar de um problema no olho. No terminal, ele
diz não poder contar com apoio da família e está "se virando" para
sobreviver. "Minha família é de baixa renda, família humilde, não tem
condições de me ajudar. Tenho que me virar como posso."
"São 50 dias ou 53 dias vivendo dessa forma. Neste mesmo canto. Todos
os dias. Quando sinto fome, desço e peço comida para alguém e sempre
eles não dão. Só como o que sobra sobre as mesas. Tenho que obedecer às
normas da Infraero", diz.
O garçom dorme no chão e usa um lençol, uma toalha e algumas roupas
doadas. Na pele, ele carrega o nome da filha, de 19 anos. E quer passar o
Natal com ela.
Fonte: G1