A criança de 7 anos chegou em casa com a roupa suja de sangue. A
Polícia investiga o caso, registrado no bairro Mondubim, em Fortaleza
Ao chegar em casa com dois saquinhos de salgadinho dados por alguém
da escola, a mãe notou o nervosismo do filho de 7 anos. O menino disse
que nenhum outro aluno havia recebido o presente. Foi aí que ela notou
que algo estranho havia ocorrido no colégio de ensino infantil da rede
municipal, no Mondubim, em Fortaleza. A
roupa suja de sangue abriu suspeita para algo mais grave: o filho
acabou revelando que havia sofrido um abuso sexual no banheiro do
estabelecimento.
A Delegacia de Combate ao Crime contra Criança e Adolescente
investiga o caso que corre sob segredo de Justiça. Em entrevista
exclusiva ao programa Barra Pesada, da TV Jangadeiro/SBT, a mãe da vítima dá detalhes, contados pelo menino, e cobra justiça.
“Eu queria uma explicação. Até agora a gente não tem explicação do
colégio do que realmente aconteceu. Fico até sem palavra. É um caso
muito sério”, disse a mãe, que está sem trabalhar, assim como o pai do
menino, abalados.
Segundo nota da Polícia Civil, a família noticiou o caso à delegacia especializada na segunda-feira (22),
após o menino chegar em casa com as roupas sujas de sangue. A roupa foi
encaminhada para a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), onde
será analisada para colher material genético.
Em entrevista à TV Jangadeiro, a mãe da criança
informou que estranhou a demora do filho. Ao chegar em casa, ele não
estava com a farda, mas com uma roupa suja de sangue no órgão genital. Segundo a mãe, a criança afirmou que teria se machucado durante uma brincadeira.
O filho mais velho ouviu dos responsáveis pela escola que o ferimento
no órgão genital da criança teria ocorrido na hora do intervalo. “Ele
estava brincando, outra criança empurrou e ele caiu e bateu. Só que não
tinha nenhum arranhão. Como é que uma criança cai e não se arranha?”,
questionou-se a mãe.
O garoto foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do
Canindezinho, onde foi constatada a violência sexual. O órgão teve de
ser suturado.
Ao
ser levado ao Instituto Médico Legal (IML), o menino teria informado ao
setor de Psicologia que o crime aconteceu no banheiro da escola. Ele disse quem seria o suspeito, no entanto o Tribuna do Ceará opta por não divulgar o nome até que a investigação da Polícia seja concluída.
A mãe conta que a criança ainda sente dores no genital.
“Até hoje ele sente dor. Ele falou que, na hora do intervalo, foi
chamado para o banheiro, e a pessoa foi logo tirando a roupa dele. Ele
pensando que era castigo, e aí disse ‘não fiz nada’ e ele ouviu: ‘Se
você não calar a boca, vou fazer pior.’ E aí começou a puxar o órgão da
criança. Depois tirou a roupa dele completa, deu banho e vestiu outra
roupa. Se por acaso ele falasse para os coleguinhas ou então para o pai
ou para a mãe, ele ia voltar à escola e a pessoa ia fazer pior. Esse foi
o medo dele”, contou a mãe.
A mãe reclama também que não foi procurada pela escola e que toda a família está abalada com a violência sofrida pelo filho.
“A escola não me procura. E por que eles seguraram meu filho até 18h?
Perto da escola tem um posto de saúde… Por que não levaram ele lá? Ou
então não me ligaram, que eu tinha ido. Só disseram: ‘Diga a sua mãe que
eu quero conversar com ela’. Só Deus para sustentar. A gente está sem
chão. A gente vê tanta coisa na televisão e nunca imagina que vai
acontecer a um filho da gente”.
A mãe da vítima conta que chegou a ir até a escola junto com o marido. Lá, encontrou-se com a direção e outras duas pessoas.
“Eles falaram para eu não dizer nada, que esse caso já está
resolvido, que ninguém tem a ver com isso. Eles até proibiram de falar
nas redes sociais. Não quero que fique impune. Se aconteceu isso com meu
filho, poderia acontecer com qualquer outro filho”, contou.
O programa Barra Pesada tentou contato com a direção
da escola, que disse que não ter autorização para falar. Além disso,
negaram que qualquer violência tenha ocorrido.
Por
meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSPDS) confirmou que a
investigação sobre o caso está sob responsabilidade da Delegacia de
Combate à Exploração da Criança e Adolescente (Dececa) e está sendo tratado como estupro de vulnerável.
Já a Secretaria Municipal da Educação (SME) informa que tomou
conhecimento do fato e, imediatamente, encaminhou uma equipe técnica
para a unidade escolar. A SME destaca ainda que está adotando todas as
medidas necessárias para apuração rigorosa do caso.
Fonte: Tribuna do Ceará