Um
artigo publicado no prestigiado periódico científico "The Lancet" no
dia 17 de agosto traz informações de uma nova doença viral que foi
batizada de "gripe do tomate", ou febre do tomate.
A
doença surgiu na Índia, no estado de Kerala, em crianças menores de 5
anos. Trata-se de uma infecção viral que parece não ser fatal, porém é
bastante contagiosa, assim como qualquer gripe.
Embora
o vírus da gripe do tomate apresente sintomas semelhantes aos da
covid-19 —ambos estão inicialmente associados a febre, fadiga e dores no
corpo, e alguns pacientes com covid-19 também relatam erupções na
pele—, o vírus não está relacionado ao Sars-CoV-2.
Segundo
o artigo, assinado por três pesquisadores (dois indianos e um
australiano), a gripe do tomate poderia ser um efeito posterior da
chikungunya ou da dengue em crianças, e não uma infecção viral. O vírus
também poderia ser uma nova variante da mão-pé-boca, uma doença
infecciosa comum que atinge principalmente crianças com idades entre 1 e
5 anos e adultos imunocomprometidos.
Ao
que parece, a gripe do tomate é uma doença autolimitada, isto é, se
resolve sozinha, e não existe medicamento específico para tratá-la.
A
gripe do tomate foi identificada pela primeira vez no distrito de
Kollam, em Kerala, em 6 de maio de 2022 e, em 26 de julho de 2022, mais
de 82 crianças menores de 5 anos com a infecção foram relatadas pelos
hospitais do governo local.
O que a gripe do tomate causa?
Os
sintomas primários observados em crianças com gripe do tomate são
semelhantes aos da chikungunya, que incluem febre alta, erupções
cutâneas e dores intensas nas articulações.
Ela
ganhou esse nome devido à erupção de bolhas vermelhas e dolorosas por
todo o corpo que gradualmente aumentam para o tamanho de um tomate.
Essas bolhas se assemelham às observadas na varíola dos macacos em
indivíduos jovens.
Tal
como acontece com outras infecções virais, os sintomas incluem fadiga,
náuseas, vômitos, diarreia, febre, desidratação, inchaço das
articulações, dores no corpo e sintomas comuns semelhantes aos da gripe,
que são semelhantes aos manifestados na dengue.
Em
crianças com estes sintomas, são feitos testes moleculares e
sorológicos para o diagnóstico de dengue, chikungunya, zika vírus,
catapora e herpes, uma vez descartadas essas infecções virais,
confirma-se a nova gripe do tomate.
O
tratamento consiste em isolamento, descanso, bastante líquido e bolsas
de água quente para aliviar a irritação na pele e as erupções cutâneas.
As
crianças correm maior risco de exposição à gripe do tomate, pois as
infecções virais são comuns nessa faixa etária e é provável que a
disseminação ocorra por meio de contato próximo.
Pela
semelhança com a doença mão-pé-boca, se o surto de gripe do tomate em
crianças não for controlado e evitado, a transmissão pode levar a sérias
consequências, espalhando-se também entre adultos.
O
isolamento deve ser seguido por 5 a 7 dias a partir do início dos
sintomas para evitar a disseminação do vírus. A melhor solução para a
prevenção é a higiene de mãos e do ambiente, bem como evitar que a
criança infectada compartilhe brinquedos, roupas, alimentos ou outros
itens com outras crianças não infectadas.
Até
o momento, não há medicamentos ou vacinas antivirais disponíveis
específicas para o tratamento ou prevenção da gripe do tomate.
Fonte: Uol