A mãe das vítimas registrou um boletim de ocorrência no dia 14 de maio, após uma das crianças relatar o ocorrido, que teria sido cometido por um funcionário que também atuava como professor.
"Uma delas, na hora de dormir, veio chorando e falou: ‘mamãe me desculpa, a culpa não foi minha, eu não queria que isso acontecesse, me perdoa’. Eu comecei a ficar desesperada. Aí ela contou que o ‘homem da escola’ ofereceu doce para ela e para a irmã, chamou elas para o banheiro, passou o órgão nelas, fez sexo oral, beijou na boca delas, entre outras coisas", disse a mãe das crianças.
Ainda segundo a mãe, o docente teria cometido atos libidinosos com as meninas mais de uma vez e também teria ameaçado as garotas, para que elas não contassem a ninguém.
"Ela [filha] disse que ele já vinha aliciando elas, colocava elas no colo dele, falava coisas pornográficas, dizia que ela não poderiam falar para a 'mamãe'. [...] Ele ameaçou elas com uma faca, que se contassem para alguém ele ia cortar a língua delas, os dedos das mãos, os dedos dos pés e iria matar as duas", afirmou a mulher.
Antes de ficar sabendo do caso, a mulher já tinha percebido a mudança no comportamento das filhas, porém as duas não falavam o que estava acontecendo.
"Entre março e abril as duas começaram a mudar o comportamento. Uma delas ficou pior e começou a ter febre e dor de cabeça sempre que chegava da escola. A gente perguntava o que tinha acontecido, mas ela não queria falar, ficava agressiva. Eu levava no posto e não tinha nada. Isso se repetiu por vários dias, sempre quando chegava da escola e comecei a achar estranho. [...] Depois elas passaram a se isolar, pararam de comer, não queriam mais brincar, não queriam mais assistir e ficavam se escondendo dentro de casa", relatou a mulher.
Crise e afastamento da escola
As crises chegaram a tal ponto que a família afastou as duas garotas da escola para tratá-las. Após as vítimas relatarem os abusos, elas foram encaminhadas ao Hospital Infantil Albert Sabin, onde foram medicadas contra doenças sexualmente transmissíveis.
A Secretaria Municipal de Educação informou que acompanha, com a família das crianças, todos os encaminhamentos dados diante da grave denúncia, que chegou à escola no dia 20 de maio.
"Logo que a família trouxe a denúncia à escola, foi acionada a Comissão de Proteção e Prevenção à Violência Contra a Criança e o Adolescente, existente em todas as unidades municipais de educação de Fortaleza. Escutas qualificadas estão sendo realizadas junto aos agentes da Célula de Mediação Social e Cultura de Paz da SME. Esta medida tem como objetivo o acolhimento das crianças e seus familiares, bem como orientá-los", disse a Secretaria.
O órgão também repudiou "quaisquer atos que infrinjam o direito da criança e do adolescente".
"Foram acionados os órgãos competentes: Conselho Tutelar, Rede Aquarela, Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente e Guarda Municipal", afirmou a SME.
Já A Polícia Civil, disse que a Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) investiga um possível caso de estupro de vulnerável, contra duas crianças de 11 anos.
Fonte: G1