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Reconciliação histórica: Papa Francisco reaproximou a Igreja de Padre Cícero e autorizou sua beatificação

Padre Cícero permaneceu por décadas em uma relação ambígua com a hierarquia da Igreja

A morte do Papa Francisco, nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, em Roma, revive momentos marcantes de seu pontificado para os católicos da região do Cariri, no Ceará. Um dos gestos mais simbólicos do papa argentino para a Igreja no Brasil foi a autorização da reconciliação com o Padre Cícero Romão Batista, em 2015, e a permissão para abertura do processo de beatificação do sacerdote, em 2022.

 

Reconciliação histórica: Papa Francisco reaproximou a Igreja de Padre Cícero e autorizou sua beatificação
Foto: Reprodução/Diocese do Crato.

 

A reconciliação foi anunciada durante a abertura da Porta Santa da Catedral de Nossa Senhora da Penha, em Crato, em outubro de 2015, pelo então bispo Dom Fernando Panico. Na ocasião, foi lida uma carta do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, autorizada pelo Papa Francisco, reconhecendo a contribuição do Padre Cícero à evangelização e sua dedicação aos pobres.

Suspenso de suas funções sacerdotais desde o início do século XX e falecido em 1934, Padre Cícero permaneceu por décadas em uma relação ambígua com a hierarquia da Igreja. Em 2006, a Diocese de Crato iniciou um processo de reabilitação junto à Congregação para a Doutrina da Fé. A Santa Sé concluiu que a reconciliação seria o caminho mais adequado, destacando os frutos espirituais gerados por sua devoção popular.

Com a decisão, a imagem de Padre Cícero foi autorizada a ser colocada dentro da igreja, próxima ao altar, simbolizando sua reintegração à comunhão da Igreja. Também foi reconhecida oficialmente a importância das romarias a Juazeiro do Norte e a fé dos milhares de romeiros que perpetuam a memória do “Padim Ciço”.

Sete anos depois, em 2022, o Papa Francisco deu mais um passo decisivo ao autorizar a abertura do processo de beatificação de Padre Cícero. A fase diocesana, conduzida pela Diocese de Crato, consiste na coleta de documentos, testemunhos e análises sobre a vida do sacerdote. Após essa etapa, o material será enviado ao Vaticano para a fase romana, onde será avaliado por especialistas do Dicastério para as Causas dos Santos.

Com essas ações, o Papa Francisco não apenas promoveu a reconciliação com uma das figuras religiosas mais emblemáticas do Brasil, mas também reforçou a valorização da fé popular, um dos pilares de seu pontificado.

 

 

Fonte: GCMais